A educação sexual é uma das grandes polêmicas da atualidade, com muitas pessoas não percebendo a importância de esclarecer jovens e crianças a respeito. Você conhece a educação sexual? Vem dar uma olhada conosco!
O que é sexualidade?
A sexualidade pode ser compreendida como um processo construído ao longo do desenvolvimento de sujeitos, influenciado por aprendizagens e experiências sociais e culturais, que remete ao prazer e à qualidade de vida.
Segundo estudos, o Brasil recebeu influências internacionais, especialmente europeias, no modo de vivenciar e cuidar da sexualidade. Inclusive políticas de planejamento familiar e educação sexual espelharam-se em exemplos externos, com adaptações necessárias à realidade brasileira.
A história da sexualidade brasileira é documentada desde a Colônia, quando começaram as trocas de conhecimentos, valores, práticas e crenças entre portugueses e índios. As regras portuguesas, desde o início, voltaram-se para o combate à nudez indígena e àquilo que simbolizava, ou seja, falta de vergonha e pudor.
Desenvolvimento de práticas educativas
O desenvolvimento das práticas de educação sexual nas escolas teve seu início no século 20, tendo como foco o controle epidemiológico. Na época, prevaleciam discursos que eram, em geral, repressivos, ancorados nos pressupostos da moral religiosa e reforçados pelo caráter higiênico das estratégias de saúde pública. Com o avanço das discussões políticas a respeito dos direitos sexuais e reprodutivos, em que o movimento feminista teve forte participação, ampliaram-se as discussões acerca da sexualidade para além do caráter biológico, possibilitando que fosse compreendida como prática aliada à saúde física e mental.
O que é educação sexual?
Educar sexualmente consiste em oferecer condições para que as pessoas assumam seu corpo e sua sexualidade com atitudes positivas, livres de medo, preconceitos, culpas, vergonha, bloqueios ou tabus. A educação sexual deve ser entendida como um direito que as crianças e/ou adolescentes têm de conhecer seu corpo e ter uma visão positiva da sua sexualidade; de manter uma comunicação clara em suas relações; de ter pensamento crítico; de compreender seu próprio comportamento e o do outro. Deve ser preocupação dos pais e educadores que os adolescentes tenham uma educação sexual sadia, pautado em valores e hábitos condizentes com a valorização da vida e com os direitos humanos.
Inicialmente, o processo de educação sexual ocorre informalmente, a partir das relações com o ambiente, tendo a família como referência e, formalmente, como prática pedagógica, nas escolas e instituições sociais, trazendo benefícios de ordem biopsicossocial.
A qualidade da educação sexual
Segundo as pesquisas, a qualidade da educação sexual nas escolas é potencializada pelo envolvimento de pais, professores, alunos e da comunidade. A educação sexual é defendida como uma das perspectivas mais eficazes na promoção de uma sexualidade saudável. Nela podem distinguir-se três princípios fundamentais: o envolvimento de múltiplos agentes, já referido, a exploração de um conjunto alargado de tópicos, os quais incluem uma visão positiva da sexualidade e não apenas a redução de problemas decorrentes do comportamento sexual e a valorização da educação sexual ao longo do ciclo de vida, adaptada ao nível de desenvolvimento e iniciada precocemente.
Regulamentos da educação sexual
Em 1996, foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e foram estabelecidos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). A relevância desses parâmetros deve-se ao fato de ter inserido a educação sexual como tema transversal a ser abordado em todas as disciplinas, no Ensino Fundamental e Médio, reconhecendo-se sua importância e necessidade.
Sexualidade e adolescência
A adolescência é um período do desenvolvimento humano marcada por intensas transformações biopsicossociais estimuladas pela ação hormonal característica da puberdade. A adolescência constitui uma fase de transição entre a infância e a condição de adulto, em que se observa um acentuado amadurecimento corporal, significativas transformações emocionais, construção de novas relações interpessoais, manifestações de novos sentimentos, atitudes, decisões, as quais resultam na construção de uma identidade própria. Entre as modificações que se apresentam na adolescência, destacam-se aquelas relacionadas ao desenvolvimento da sexualidade.
Critérios de saúde mental e sexualidade
O sentir-se bem no âmbito da sexualidade constitui um dos principais critérios de saúde mental e de satisfação interpessoal. Assim, tem sido percebida nos últimos anos a necessidade do envolvimento da família e da escola no processo de educação sexual dos adolescentes, nomeadamente pelo fato deste envolvimento proporcionar esclarecimentos e reflexões para que os jovens desfrutem a sua sexualidade de maneira saudável e responsável. O grande desafio da educação sexual é contribuir para que os jovens exponham suas dúvidas e as esclareçam, superem preconceitos e estereótipos e desenvolvam atitudes saudáveis relacionados à sexualidade.
O papel da família na educação sexual
A família e a escola, corresponsáveis pela formação do indivíduo, deve possibilitar aos jovens uma educação sexual que, pressupõe a busca de uma sexualidade emancipatória, ou seja, uma sexualidade gratificante, socialmente livre e responsável, subjetivamente enriquecedora concebida como parte integrante e essencial da vida humana. A educação sexual emancipatória pressupõe o desenvolvimento de ações educativas com a finalidade de promover a autonomia, buscando superar padrões de comportamentos hierarquizados e estereotipados, superando preconceitos e tabus e aumentando a resiliência dos indivíduos para vivenciar sua sexualidade de forma livre e consciente.
Importância da educação sexual
Não dialogar sobre educação sexual facilita a exposição de adolescentes a situações de riscos relacionados ao exercício da sexualidade, como gravidez indesejada, contágio de infecções sexualmente transmissíveis e traumas psicológicos e emocionais resultantes da vivência de uma sexualidade frustrante. Assim, a educação sexual deve pautar-se por informações que possam auxiliar pais e educadores no desenvolvimento de uma educação sexual contextualizadora e contemporânea. A identificação das limitações dos pais e professores para a educação sexual adequada pode contribuir para a melhoria desse processo, que ainda é algo em andamento e desenvolvimento em nosso país.
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Referências:
ALVAREZ, M.J & PINTO, A.M. Educação sexual: atitudes, conhecimentos, conforto e disponibilidade para ensinar de professores portugueses. Aletheia. 2012;38-39.
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GONÇALVES, R.C. et al. Educação sexual no contexto familiar e escolar: impasses e desafios. HOLOS. 2013;29(5).
SFAIR, S.C. et al. Educação sexual para adolescentes e jovens: mapeando proposições oficiais. Saúde soc. 2015;24(2).
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