Milhares de pessoas vivem com ansiedade em todo o mundo. Mas quando será que a ansiedade se torna prejudicial?
Ansiedade
A ansiedade é um estado de humor negativo caracterizado por sintomas corporais de tensão física e apreensão em relação ao futuro. Um conjunto de comportamentos como parecer preocupado, ansioso e inquieto ou, ainda, uma resposta fisiológica que se origina no cérebro e se reflete no elevado batimento cardíaco e na tensão muscular, adicionado a um medo imediato em reação ao perigo percebido, ações escapistas e uma divisão simpática do sistema nervoso autônomo.
O medo é uma reação emocional direta ao perigo percebido. Ele nos protege ativando uma resposta do sistema nervoso central gerando aumento nos batimentos cardíacos e na pressão sanguínea que nos motiva a escapar, fugir ou, se for preciso, atacar e lutar. A ansiedade e o medo são experiências pelas quais todos os indivíduos passam em vários momentos da vida, sendo, portanto, uma condição essencial e natural da vida humana, para preparar o indivíduo para situações de ameaça e perigo.
A ansiedade tem uma função positiva para o ser humano, ela se torna grave quando o indivíduo a sente excessivamente, em estado prolongado e não tem controle sobre ela. A ansiedade se torna patológica quando o corpo reage excessivamente a um estímulo, sendo a reação desproporcional ao estímulo, transformando a reação em desadaptativa, ou quando está relacionada a estímulos que normalmente não gerariam ansiedade.
O que é transtorno de ansiedade generalizada?
O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é caracterizado pela ansiedade e preocupação excessivas presentes por não mais que 6 meses sobre várias atividades ou eventos. O TAG é comum, afeta cerca de 3% da população a cada ano. As mulheres são mais suscetíveis do que os homens, e o transtorno geralmente se inicia na infância ou adolescência, mas pode iniciar em qualquer idade.
Uma das principais características do transtorno de ansiedade generalizada é que o foco da ansiedade está presente em todos os eventos da vida diária. O indivíduo passa a se preocupar com tudo, tem problemas para tomar decisões, o que afeta seu bem estar emocional e das pessoas com quem convive. A preocupação é com as mínimas coisas e acontecimento na maior parte do tempo, com intensidade e frequências variadas. Mesmo sabendo disso, as pessoas com transtorno de ansiedade generalizada não conseguem simplesmente parar de se preocupar.
Com relação às preocupações, os adultos se concentram nos prováveis infortúnios de seus filhos, na saúde familiar, nas responsabilidades do trabalho e em coisas menores como pequenas tarefas domésticas e compromissos com horários. As crianças com transtorno de ansiedade generalizada costumam se preocupar com o desempenho acadêmico, atlético ou social, e com problemas físicos. Já os idosos se concentram na saúde, e no fato de terem dificuldade para dormir.
A causa do TAG ainda é desconhecida, embora existam relações com o abuso de álcool, depressão maior ou transtorno do pânico.
Sintomas do TAG
Os principais sintomas do transtorno de ansiedade generalizada são as múltiplas preocupações, as quais quase sempre mudam com o tempo, e podem incluir responsabilidades no trabalho e com a família, dinheiro, saúde, segurança, reparos no carro e pequenas tarefas. Essa ansiedade e preocupação não tem origem no uso de substâncias ou outras doenças clínicas. Os pacientes apresentam ainda:
- Preocupações excessivas e ansiedade sobre algumas atividades ou eventos;
- Dificuldade para controlar suas preocupações, as quais podem durar até 6 meses;
- Agitação ou sensação de nervosismo ou tensão, agitação mental;
- Cansaço fácil;
- Suscetibilidade à fadiga;
- Dificuldade para se concentrar;
- Irritabilidade;
- Tensão muscular;
- Alterações do sono.
Diferenças entre TAG e ansiedade
Diversas características distinguem o transtorno de ansiedade generalizada da ansiedade não patológica. Primeiramente, as preocupações associadas ao transtorno de ansiedade generalizada são excessivas e geralmente interferem de forma significativa no funcionamento psicossocial, enquanto as preocupações da vida diária não são excessivas e são percebidas como manejáveis, podendo ser adiadas quando surgem questões mais importantes.
Da mesma forma, as preocupações associadas ao transtorno de ansiedade generalizada são mais disseminadas, intensas e angustiantes, tem maior duração e frequentemente ocorrem sem precipitantes.
Por fim, as preocupações diárias são muito menos prováveis de serem acompanhadas de sintomas físicos, tais como inquietação e sensação de estar com os nervos à flor da pele. Os indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada relatam sofrimento subjetivo devido à preocupação constante e prejuízo relacionado ao funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes de sua vida.
Tratamento farmacológico
O tratamento farmacológico do transtorno de ansiedade generalizada geralmente se dá através de antidepressivos tricíclicos e benzodiazepínicos (ansiolíticos), algumas vezes de forma combinada.
Psicoterapia e TAG
A psicoterapia é indicada para dar um suporte focado aos problemas. Alguns estudos verificam que as intervenções psicológicas parecem ter o mesmo benefício que as drogas, mas que os antidepressivos teriam melhor efeito a longo prazo. O grande desafio é conseguir que o paciente foque no que é ameaçador, além de ensiná-los a relaxar profundamente para combater a tensão. Algumas das técnicas utilizadas pela terapia cognitivo-comportamental para intervir no transtorno de ansiedade generalizada são:
- Respiração diafragmática;
- treinamentos de relaxamento;
- parada de pensamentos;
- descatastrofização;
- registro de pensamentos disfuncionais;
- avaliação das vantagens e desvantagens de se preocupar;
- identificação das emoções;
- normalização da experiência emocional;
- identificação das crenças e estratégias problemáticas (esquemas)
- desenvolvimento de novas crenças e estratégias mais flexíveis e adaptativas para a experiência emocional.
Técnicas que utilizem o relaxamento como a hipnose também podem auxiliar o paciente a se tornar mais familiarizado com a experiência emocional, bem como possibilita avaliar o motivo da resposta excessiva ao estímulo percebido como ameaça.
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Referências:
NAVA, K.S. & ALMEIDA, H.R.A. Transtorno de ansiedade generalizada: intervenções da terapia cognitivo-comportamental. Faculdade Pimenta Bueno (FAP).
Sistema Único de Saúde. Transtorno de ansiedade generalizada: protocolo clínico. 2015.
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