Um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, o tabagismo afeta países e populações de todas as classes e gêneros. Como está o tabagismo no Brasil?
O que é tabagismo?
O tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência física e psicológica à nicotina que integra um grupo de transtornos mentais e comportamentais em razão do uso de substância psicoativa. É considerada a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto da substância enquanto os demais se referem a mortes por fumo passivo. Segundo a Organização, cerca de 80% dos mais de um bilhão de fumantes do mundo vivem em países de baixa e média renda onde o peso das doenças e mortes relacionadas ao tabaco é maior.
O tabagismo é uma doença que contribui para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como câncer de pâncreas, fígado, colo do útero, esôfago, rim e ureter, laringe, cavidade oral, faringe, estômago, cólon e reto, traquéia, brônquios e pulmão. O tabagismo também contribui para o desenvolvimento de outras enfermidades, tais como a tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrointestinal, impotência sexual, infertilidade, osteoporose, catarata, e estar associado a transtornos mentais como depressão e ansiedade.
Tabaco
O tabaco é uma planta cujas folhas são utilizadas na confecção de diferentes produtivos que têm como princípio ativo a nicotina, que causa dependência. Há diversos produtos derivados do tabaco, tais como: cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, bidi, tabaco para narguilé, rapé, fumo de rolo, dispositivos eletrônicos para fumar e outros.
O tabaco fumado em qualquer uma das suas formas causa a maior parte de todos os cânceres de pulmão e contribui de forma significativa para acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos mortais.
Cerca de 90% dos fumantes tornam-se dependentes de nicotina entre os 5 aos 19 anos de idade. A maior concentração de fumantes está na faixa etária de 20 a 49 anos e o sul do Brasil é o que apresenta maior proporção de dependentes, com 45% dos fumantes. Moradores da zona rural fumam mais do que os das zonas urbanas.
Vale ressaltar que o cultivo do tabaco expõe trabalhadores rurais a uma grande variedade de agrotóxicos, aumentando o risco de efeitos agudos e crônicos à saúde. Durante a colheita das folhas de tabaco pode haver absorção da nicotina pela pele presente nas folhas úmidas, cujos sintomas são semelhantes a quadros de intoxicação por agrotóxicos.
O cigarro é a forma de consumo de nicotina com mais componentes químicos, dentre eles:
- Nicotina - é a causadora do vício e cancerígena;
- Benzopireno - substância que facilita a combustão existente no papel que envolve o fumo;
- Substâncias Radioativas - polônio 210 e carbono 14;
- Agrotóxicos - DDT;
- Solvente - benzeno;
- Metais Pesados - chumbo e o cádmio (um cigarro contém de 1 a 2 mg, concentrando-se no fígado, rins e pulmões, tendo meia-vida de 10 a 30 anos, o que leva a perda de capacidade ventilatória dos pulmões, além de causar dispnéia, enfisema, fibrose pulmonar, hipertensão, câncer nos pulmões, próstata, rins e estômago);
- Níquel e Arsênico - armazenam-se no fígado e rins, coração, pulmões, ossos e dentes resultando em gangrena dos pés, causando danos ao miocárdio etc.
Fumante passivo
O fumante passivo é aquele que convive com fumantes e inala a fumaça de derivados do tabaco em ambientes fechados. A poluição tabagística ambiental é a poluição decorrente da fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados e segundo a Organização Mundial da Saúde, é o maior responsável pela poluição nesses ambientes.
O fumo passivo é considerado a terceira maior causa de morte evitável do mundo, só perdendo para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.
Os não fumantes que respiram a fumaça do tabaco tem um risco maior de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo. Quanto maior tempo ficar exposto à poluição tabagística ambiental, maior a chance de adoecer. As crianças são as mais atingidas, principalmente por terem uma frequência respiratória mais elevada.
Tabagismo no Brasil
Cerca de 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo. O tabagismo tem um custo de cerca de R$125 bilhões para o sistema de saúde e na economia, e cerca de 161 mil mortes anuais poderiam ser evitadas. Segundo o Ministério da Saúde no Brasil, os cigarros contêm mais de 4700 substâncias tóxicas, sendo uma delas a nicotina, responsável pela dependência. Estima-se que 290 mil mortes por ano no Brasil sejam decorrentes do tabagismo. A proporção de fumantes no país é de mais de 20% da população. Em 2008 o Brasil tinha cerca de 25 milhões de fumantes com idade a partir de 15 anos, sendo uma parcela fumantes diários.
Algumas pesquisas revelaram que dentre 20 países, o brasileiro é o que mais se arrepende de ter começado a fumar. A maioria apoia campanhas e leis contra o fumo e relatam que o fumo já lhes causou algum problema de saúde.
Tratamentos do tabagismo
Hoje em dia já existem diversos métodos que auxiliam a parar de fumar. Além da força de vontade, os métodos abaixo podem auxiliar:
- Goma de mascar com nicotina – são pastilhas que liberam pequenas doses de nicotina diminuindo os sintomas da abstinência.
- Skin Patches – são pequenos adesivos que colados à pele, liberam mais nicotina do que a goma de mascar.
- Spray nasal – libera menos nicotina que a goma e os patches, mas chega mais rápido ao sistema circulatório.
- Inalante – tem a mesma forma do cigarro, o que leva o indivíduo a achar que está fumando, pois imita o gesto mão-para-boca do fumante só que com 1/3 da nicotina do cigarro.
- Zyban – é um método sem nicotina, trata-se de uma droga antidepressiva que auxilia nas crises de abstinência.
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Referências:
BARROS, A.J.D. et al. Tabagismo no Brasil: desigualdades regionais e prevalência segundo características ocupacionais. Ciênc. saúde coletiva. 2011;16(9).
PINTO, M.T. et al. Estimativa da carga do tabagismo no Brasil: mortalidade, morbidade e custos. Saúde Pública. 2015;31(6).
SILVA, S.T. et al. Combate ao tabagismo no Brasil: a importância estratégica das ações governamentais. Ciênc. saúde coletiva. 2014;19(2).
SILVA, T.I. Tabagismo: o mal da destruição em massa. Fiocruz. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/tabagismo.htm
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