Um transtorno que afeta milhares de pessoas em todo o mundo, a síndrome do pânico causa uma série de consequências para a qualidade de vida. Você conhece os sinais?
O que é a síndrome do pânico?
A síndrome ou transtorno do pânico é uma doença caracterizada pela ocorrência repentina, inesperada e de forma certa inexplicável de crises de ansiedade aguda, marcadas por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes, que atingem sua intensidade máxima em até 10 minutos. Durante o ataque de pânico, em geral de curta duração, a pessoa experimenta nítida sensação de que vai morrer, ou de que perdeu o controle sobre si mesma e vai enlouquecer. É uma síndrome associada a muito medo e desespero, associados a sintomas físicos e emocionais.
As primeiras crises podem ocorrer em qualquer idade, mas geralmente tem seu início na idade adulta, sem motivo aparente. O episódio pode se repetir de forma aleatória várias vezes no mesmo dia ou demorar semanas, meses e até anos para surgir novamente, o que também pode ocorrer durante o sono.
Não ter a mínima ideia de se e quando a crise vai acontecer gera um estado de tensão e ansiedade antecipatórias propício para outras fobias. A fobia mais comum associada à síndrome do pânico é a agorafobia, distúrbio da ansiedade marcada pelo temor de encontrar-se em espaços abertos com muita gente, ou em lugares fechados, dos quais não se poderia sair durante um ataque de pânico.
A síndrome do pânico atinge mais mulheres do que homens, o que é atribuído a questões hormonais, sendo que a possibilidade de crises aumenta durante o período fértil.
Sintomas
O ataque de pânico começa de repente e apresenta pelo menos quatro dos seguintes sintomas:
- Medo de morrer;
- Medo de perder o controle e enlouquecer;
- Despersonalização (impressão de desligamento do mundo exterior, como se a pessoa estivesse vivendo um sonho) e desrealização (distorção na visão de mundo e de si mesmo que impede diferenciar a realidade da fantasia);
- Dor e/ou desconforto no peito que podem ser confundidos com os sinais do infarto;
- Palpitações e taquicardia;
- Sensação de falta de ar e de sufocamento;
- Sudorese;
- Náusea;
- Desconforto abdominal;
- Tontura ou vertigem;
- Ondas de calor e calafrios;
- Adormecimento e formigamentos;
- Tremores, abalos e estremecimentos.
Os episódios podem ter três estágios: iniciar abruptamente e crescem por alguns segundos para um estado de pânico com funcionamento prejudicado, durando de alguns minutos a horas. O autocontrole é restabelecido através da evitação de comportamentos ou mudança nas atividades, e o paciente se sente cansado e com dificuldade de se concentrar. Sentimentos de despersonalização, de estar separado do corpo ou da realidade, ou o sentimento de olhar o mundo diferente também são comumente experienciados. Além disso, palpitações, dificuldade para respirar, dor no peito e sensação de estar se enforcando, com tremores e arrepios, sudorese e sensação de desmaio podem ocorrer.
Agorafobia
Evitar atividades sociais e sempre pegar o mesmo caminho para e do trabalho de forma a minimizar a chance de ter um ataque de pânico e a vergonha associada, a baixa autoconfiança pode desenvolver-se ao longo dos anos na forma extrema da agorafobia.
A agorafobia é um transtorno de ansiedade caracterizado por sintomas de ansiedade em situações onde as pessoas percebem seu ambiente como não seguro, sem chance de escapar. Essas situações podem incluir espaços abertos, transporte público, shopping centers ou simplesmente estar fora de casa. Estar nessas situações resulta em ter um ataque de pânico muitas vezes, e podem durar até seis meses. Nos casos severos, as pessoas não conseguem sair de casa. Sem um tratamento adequado, a cura da agorafobia é incomum, e precisa ser tratado de forma multidisciplinar, incluindo a psicoterapia.
Causas
Ainda não se sabe as causas do transtorno do pânico, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais, estresse acentuado, uso abusivo de medicamentos, drogas e álcool possam estar envolvidos.
Já as causas da agorafobia são acreditadas ser uma combinação entre fatores genéticos e ambientais. A condição geralmente está presente na família, e eventos estressores ou traumáticos como a morte de um parente, podem ser gatilhos para o paciente.
Diagnóstico
O diagnóstico da síndrome do pânico obedece os critérios do DSM-V: uma crise isolada ou uma reação de medo intenso diante de ameaças reais não constituem eventos suficientes para o diagnóstico da doença. As crises precisam ser recorrentes e provocar modificações no comportamento que interferem negativamente no estilo de vida dos pacientes.
Tratamento
O tratamento da síndrome do pânico inclui a prescrição médica de medicamentos antidepressivos e da psicoterapia, especialmente terapias que promovam a exposição às situações que provocam pânico de forma sistemática, gradual, controlada e progressiva, até que ocorra a dessensibilização do agente agressor.
A psicoterapia é uma intervenção de longo prazo para esses pacientes, e busca-se combinar diferentes abordagens como a comportamental e a psicanálise. A eficácia depende do engajamento do paciente na terapia.
A hipnose pode contribuir para acessar de forma controlada e saudável as memórias associadas à fobia e ao medo por trás dos ataques de pânico. Através da regulação emocional dirigida pelas sugestões do hipnólogo, o paciente vai se dando conta da catastrofização de seus medos e passa a lidar com eles de forma mais calma, com mais tempo para reagir.
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Referências:
FONTAINE, R. & BEAUDRY, P. Panic attacks and panic disorders. Can. Fam. Physician. 1964;30.
PERNA, G. & CALDIROLA, D. Is panic disorder a disorder of physical fitness? A heuristic proposal. F1000Research. 2018.
SHAKERI, J. et al. The prevalence of panic disorder and its related factor in hospitalized patients with chest pain and normal angiography. J Educ Health Promot. 29;8.
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