O alcoolismo é um problema de saúde pública em todo o mundo. Você conhece as psicoterapias mais indicadas nesse caso? Então dá uma olhada!
O que é o alcoolismo?
Alcoolismo é um termo amplo para descrever o consumo danoso de álcool, causando problemas de saúde física e mental, reduzindo a qualidade de vida desses indivíduos.
Pode ser definido pela presença de consumo de grande quantidade de álcool durante um longo período de tempo, dificuldade em consumir poucas quantidades, a aquisição e consumo de álcool ocupam uma parte significativa do tempo da pessoa, o álcool é intensamente desejado, o consumo causa o incumprimento de responsabilidades e obrigações, acarretando problemas de saúde pública.
Epidemiologia do alcoolismo
Os dados epidemiológicos brasileiros sobre o uso de álcool variam de acordo com o tipo de classificação diagnóstica, a população em estudo e os instrumentos utilizados para aferir tanto o abuso quanto a dependência. A maioria das pesquisas realizadas com adultos da população em geral sugerem uma prevalência entre 5 e 10% de dependência do álcool, sendo que nos homens a freqüência tende a ser pelo menos duas vezes maior que nas mulheres
Assim, o tratamento do alcoolismo mudou muito a partir da década de 1990, sendo desenvolvidos notáveis na farmacologia, e novas abordagens psicoterápicas também fora sendo desenvolvidas tais como a entrevista motivacional e as terapias cognitivo-comportamental a fim de que esses pacientes treinassem, por exemplo, suas habilidades sociais.
Primeira abordagem
Desde o início do tratamento deve-se estar atento ao vínculo a ser estabelecido com o paciente alcoolista. Não é incomum que ele chegue bastante desconfiado, desmotivado ou mesmo obrigado pelos seus familiares. Por isso, uma entrevista com perguntas mais abertas e não-confrontativas ou preconceituosas, geralmente, promove a diminuição da ansiedade e uma maior aproximação com o paciente. Alguns pacientes tendem a minimizar,
distorcer, ou mesmo negar o seu consumo de álcool. Nesses momentos, uma entrevista com algum familiar se faz necessária a fim de se obter dados mais objetivos sobre o paciente.
Ao realizar a anamnese com um alcoolista, deve-se abordar os seguintes aspectos:
- data de início do uso
- doses e freqüência de consumo
- velocidade ou tempo de consumo para cada dose
- efeitos e suas durações
- data do último consumo
- sintomas de abstinência
- apetite, sono e outros sintomas
- uso pela manhã para aliviar sintomas de abstinência
- períodos de abstinência voluntários, “ressaca”
- tolerância
- fissura ou compulsão
- culpa pelo consumo
- dificuldade de controle após a primeira dose
- dificuldade de recusar o álcool e de guardar a bebida para mais tarde
- locais e companhias de uso
- principais situações que precipitam o consumo
- horários de consumo
- conseqüências físicas e psicológicas
- conseqüências sociais
- prisões, atividades ilegais ligadas à droga, processos judiciais
- conseqüências familiares, profissionais e afetivas (com parceiro sexual e com os amigos)
- problemas financeiros, acidentes ou condutas de risco relacionados ao consumo
- comportamentos sexuais de risco
- pensamentos de suicídio
- comportamentos violentos
- mudança de valores e mentiras devido ao uso
- motivação para parar de consumir e para iniciar um tratamento
- avaliação do grau de juízo crítico do paciente em relação à situação atual.
Intervenções psicoterápicas
Dentre as intervenções psicoterápicas disponíveis para o alcoolismo, busca-se:
Reduzir o uso de substâncias, já que tal uso pode perpetuar ou exacerbar sintomas psiquiátricos, bem como facilitar uma avaliação acurada e apropriada do transtorno psiquiátrico co-mórbido;
- Tratar os transtornos psiquiátricos, promovendo alívio da sintomatologia, além de auxiliar o indivíduo a lidar de uma maneira mais efetiva com eles, de forma psicoeducativa;
- Melhorar a adesão ao tratamento e a estabilização do paciente, promovendo uma estrutura na qual abordagens farmacológicas e outras intervenções relevantes possam ser iniciadas e mantidas;
- Enfatizar o tratamento farmacológico dirigido aos sintomas psiquiátricos, ao transtorno por uso de substâncias ou a ambos;
- Visar à resolução de questões psicossociais comuns em pacientes com condições comórbidas;
- Atuar na prevenção de recaídas, bem como no desligamento dos programas de tratamento.
Tipos de psicoterapia
Dentre os tipos de psicoterapia para o alcoolismo destacam-se:
Terapia de família
O contato com os familiares traz novos dados que podem ter fundamental importância no esclarecimento do diagnóstico e no tratamento do paciente. Quando se percebe que o conflito familiar interfere diretamente no tratamento, costuma-se indicar a terapia familiar. É muito comum a presença de familiares que, mesmo inconscientemente, induzem ao uso do álcool, seja por provimento financeiro ou até por trazer bebidas para dentro de casa. Na linguagem sistêmica, esses indivíduos costumam ser chamados de co-dependentes.
A terapia familiar objetiva aprimorar a comunicação entre cada um dos componentes da família e abordar a ambivalência de sentimentos. Ela busca reforçar positivamente o papel do dependente químico na família, levando-o a uma melhor adaptação no seu funcionamento social.
Terapia psicodinâmica
Essa modalidade de terapia busca utilizar o conhecimento dos mecanismos psicológicos para compreender o funcionamento mental do paciente. Portanto, mais do que apenas abster-se do uso de substâncias, o dependente, em psicoterapia psicodinâmica, terá como objetivo reformular sua relação com déficits estruturais de seu ego, sem a necessidade de utilizar substâncias psicoativas para lidar com a relação entre a realidade interna e a externa.
Técnicas integradas
As técnicas integradas aparecem como modelos de efetividade para tratar o alcoolismo, principalmente em paciente comórbidos, para ajudá-los a reduzir o comportamento de uso de substâncias;
Alcoólicos Anônimos
Pesquisas têm encontrado indícios da efetividade do AA para conter o alcoolismo. Os grupos de AA são gratuitos e amplamente disponíveis. Esses programas servem de apoio aos alcoolistas, pois se orientam pela experiência dos demais participantes e pela identificação com eles. Frequentemente, os AA estimulam uma rede saudável de contato e apoio social. Além disso, a filosofia dos 12 passos divulga algumas idéias psicológicas e espirituais que ajudam a lidar com as pressões da vida diária e auxiliam os dependentes a estabelecer e manter um estilo de vida sóbrio e com saúde biopsicossocial.
Intervenções breves
A redução no consumo de álcool foi significativa nas intervenções psicoterápicas breves com pacientes alcoólicos. Assim, o campo de pesquisas em psicoterapias para o alcoolismo continua em plena evolução.
E você, busca ajuda para superar traumas e vícios? Venha para o Aliviamente! Aqui nossos profissionais estão qualificados para ajudá-lo a conquistar mais saúde mental e qualidade de vida. Consulte um psicanalista hoje mesmo e veja os resultados em você!
Referência:
CORDIOLI, C.V. Psicoterapias: novas abordagens. Editora Artmed. 3ª edição. 2008.
Conheça mais:
Gostou de nosso post? Compartilhe: