Os esforços para compreender a relação entre a mente e o corpo estão em todas as áreas do pensamento humano e da ciência. Você conhece a psicobiologia? Então vem dar uma olhada!
O que é psicobiologia?
A psicobiologia, também conhecida como neurociência comportamental, é a aplicação dos princípios da biologia para o estudo fisiológico, genético e de todos os mecanismos que influenciam o comportamento dos seres humanos e outros animais.
Suas investigações se dão a níveis neurais, neurotransmissores, hormônios do sistema nervoso central e dos processos evolutivos e de desenvolvimento que fundamentam o comportamento normal e anormal. Alguns experimentos em psicobiologia envolvem animais (tais como ratos, camundongos e primatas não humanos), cujos dados têm implicações para a melhor compreensão das patologias humanas e contribuem para práticas baseadas em evidências.
Assim, a psicobiologia parece se interessar continuamente por entender a conexão mente e corpo e seus problemas derivados, um ponto de vista amplo e que pode trazer uma série de inovações no campo científico e biopsicossocial.
Desenvolvimento da psicobiologia
A psicobiologia ou neurociência comportamental surgiu como disciplina científica a partir de uma série veias filosóficas dos séculos 18 e 19, tais como René Descartes, que propôs modelos baseados na física para explicar o comportamento animal e humano, bem como propôs que a glândula pineal seria o ponto de ligação entre mente e corpo. Um dos primeiros livros no campo de estudo foi “Os princípios da Psicologia” por William James (1890), um estudo científico da psicologia fundamentado na compreensão da biologia.
Objetivos da psicobiologia
A psicobiologia ou neurociência comportamental oferecem explicações de como os estados emocionais, os pensamentos abstratos e os sistemas complexos de parentesco se desenvolveram nos ancestrais distantes de todos os humanos vivos hoje. É uma disciplina de ampla aplicação transcultural porque busca correlações testáveis entre os fatores físicos e biológicos e características comportamentais ou emocionais.
Além do eixo intestino-cérebro, alguns psicobiólogos estudam os comportamentos de risco e seu impacto na produção de certos hormônios, buscando uma compreensão mais profunda da experiência humana, da motivação humana e até mesmo da expressão geral de comportamentos culturais.
A frenologia
A busca pela compreensão de como diferentes áreas do cérebro controlam o comportamento humano foi registrada em suas primeiras tentativas pelo desenvolvimento da pseudociência conhecida como frenologia. De acordo com essa visão, certas faculdades humanas podem estar ligadas a saliências e reentrâncias no cérebro que podem ser sentidas na superfície do crânio.
A frenologia tornou-se bastante popular, a ideia de que certas partes do cérebro eram responsáveis por certas funções desempenhou importante papel no desenvolvimento das pesquisas futuras sobre o cérebro.
Somado à frenologia, o estudo do caso de Phineas Gage, um ferroviário que foi atingido por um projétil em seu crânio sofrendo uma lesão cerebral devastadora, contribuiu significativamente para entender como certas partes do cérebro podem afetar o comportamento e seu funcionamento.
O que faz um psicobiólogo?
O psicobiólogo ou neurocientista comportamental pode trabalhar em diversas áreas, tais como a pesquisa, universidade, empresas farmacêuticas, agências governamentais e indústrias, entre outros. Alguns optam por trabalhar com pacientes para ajudar aqueles que experimentaram algum tipo de dano cerebral ou doença que teve um impacto em seu comportamento. Existem, ainda, algumas áreas especializadas trabalham em conjunto nesta carreira, tais como:
- Neurocientista comportamental: analisa como o cérebro, o sistema nervoso e outros órgãos afetam o comportamento.
- Neurocientista cognitivo: investiga a atividade cerebral e faz varreduras para pesquisar como as pessoas pensam, aprendem e resolvem problemas.
- Psicólogo comparativo: olha os comportamentos de diferentes espécies e os compara entre si e com os humanos.
- Psicólogo evolucionário: examina as bases evolutivas do comportamento.
- Neurologista: trata pacientes com danos ou doenças que afetam o cérebro e o sistema nervoso.
Assim, ao estudar o funcionamento normal do cérebro, bem como como as doenças e lesões cerebrais influenciam comportamentos, sentimentos e pensamentos, os pesquisadores são capazes de descobrir novas maneiras de tratar problemas potenciais que possam surgir, trabalhando pela saúde mental e física de indivíduos com problemas neuronais ou na profilaxia destes.
Temas da psicobiologia
Em geral, os neurocientistas comportamentais estudam temas e questões semelhantes aos psicólogos acadêmicos, embora limitados pela necessidade de usar animais não humanos. Como resultado, a maior parte da literatura em neurociência comportamental lida com processos mentais e comportamentos que são compartilhados entre diferentes modelos animais, como:
- Sensação e percepção
- Comportamento motivado (fome, sede, sexo)
- Controle de movimento
- Aprendizagem e memória
- Sono e ritmos biológicos
- Emoção
No entanto, com o aumento da sofisticação técnica e com o desenvolvimento de métodos não invasivos mais precisos que podem ser aplicados a sujeitos humanos, os neurocientistas comportamentais estão começando a contribuir para outras áreas clássicas da psicologia, filosofia e linguística, tais como: língua, raciocínio e tomada de decisão e consciência. Encontra-se, ainda, um forte histórico de contribuição para a compreensão de distúrbios médicos, incluindo aqueles que se enquadram na esfera de ação da psicologia clínica e psicopatologia biológica (também conhecida como psicologia anormal).
Prêmios Nobel
Uma série de pesquisadores desta área foram nomeados para o Prêmio Nobel, dentre eles, podemos citar:
- Charles Sherrington (1932)
- Edgar Adrian (1932)
- Walter Hess (1949)
- Egas Moniz (1949)
- Georg von Békésy (1961)
- George Wald (1967)
- Ragnar Granit (1967)
- Konrad Lorenz (1973)
- Niko Tinbergen (1973)
- Karl von Frisch (1973)
- Roger W. Sperry (1981)
- David H. Hubel (1981)
- Torsten N. Wiesel (1981)
- Eric R. Kandel (2000)
- Arvid Carlsson (2000)
- Richard Axel (2004)
- Linda B. Buck (2004)
- John O'Keefe (2014)
- Edvard Moser (2014)
- May-Britt Moser (2014)
Futuro da psicobiologia
Com o avanço da ciência e o desenvolvimento de novas tecnologias, sobretudo de tecnologias de imagem para o estudo das diversas áreas do cérebro, permite cada vez mais correlações importantes entre o cérebro e o comportamento humano. Cada vez mais entende-se os padrões neuronais por trás de diversas doenças, seja por meio do estudo com animais, ou com humanos. Assim, a neurociência comportamental é atualmente uma das áreas mais promissoras da pesquisa científica, sendo fundamental para o avanço em medicina e saúde biopsicossocial.
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