O que é o transtorno do pânico?

16/08/2021 às 22:45 Dicas

O que é o transtorno do pânico?

Um dos distúrbios de saúde mental mais vivenciados no mundo inteiro, o transtorno do pânico nem sempre é compreendido. Você sabe o que é o transtorno do pânico? Então dá uma olhada!

O que é o transtorno do pânico?

O transtorno do pânico é caracterizado por ataques de pânico recorrentes acompanhados de uma sensação de medo ou mal-estar intenso, sintomas físicos e cognitivos iniciados de forma brusca, alcançando intensidade máxima em até 10 minutos. Tais crises acarretam preocupações persistentes ou modificações importantes de comportamento em relação à possibilidade de ocorrerem novos ataques de ansiedade.

Geralmente são pacientes que visitam as emergências médicas por um longo período, às vezes chegando a décadas, procurando uma causa orgânica para seus sintomas. É preciso que a equipe médica em geral esteja qualificada para diagnosticar e atender pessoas com transtorno do pânico e não apenas psiquiatras e especialistas.

Nos últimos 25 anos, o transtorno do pânico vem sendo alvo de pesquisas envolvendo os transtornos de ansiedade, mas ainda existem muitas lacunas no entendimento desse distúrbio mental.

Causas do transtorno do pânico

Dentre as suas causas, fatores genéticos e ambientais podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno. Estudos demonstraram um risco de transtorno do pânico em parentes de primeiro grau, cerca de oito vezes maior se comparado ao grupo controle. A estimativa é de que a herdabilidade do transtorno seja de aproximadamente 43%.

Estudos também mostram que experiências traumáticas vivenciadas na infância podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno do pânico na vida adulta. Eventos de estresse na vida adulta também estão relacionados aos transtornos de ansiedade e ao transtorno do pânico, sendo que 80% dos pacientes relataram ter vivenciado algum evento estressor, como perdas significativas e outros.

Outros fatores estão associados, como os socioeconômicos, etnia, estado civil, grau de escolaridade e renda não parecem ser fatores de importância na associação com o transtorno do pânico.

Prevalência dos ataques de pânico

Os ataques de pânico são muito comuns, cerca de 23% da população americana preencheu os critérios para, pelo menos, um ataque de pânico isolado ao longo da vida, 5% preencheram os critérios para o transtorno e este vem alcançando prevalência de cerca de 1% por ano. A agorafobia aumenta ainda mais a incapacidade e a gravidade clínica, sendo 95% dos casos com agravantes moderados a graves e apenas 21% dessa população preencheu os critérios para incapacidades graves. Estudos realizados em São Paulo encontraram uma prevalência de 1,6% do transtorno ao longo da vida, e cerca de 1% a cada ano.

Diagnóstico do transtorno do pânico

O transtorno do pânico é cerca de duas vezes mais comum em mulheres, geralmente inicia no final da adolescência ou começo da vida adulta, com média de aparecimento entre os 20 a 30 anos, com casos raros na infância.

O diagnóstico passa pela avaliação clínica, preferencialmente de uma equipe multiprofissional em conjunto com o psiquiatra, a anamnese e coleta da história clínica do paciente e os relatos familiares, além de realizar o diagnóstico diferencial para verificar se existem semelhanças com outros transtornos e comorbidades. Na anamnese procura-se entender a apresentação sintomática do ataque (se há sintomas do tipo cardiorespiratório, autonômico/somático ou cognitivo), idade de início (precoce ou tardio), curso (limitado ou crônico), entre outras informações. Geralmente encontra-se comorbidades associadas como o transtorno de humor bipolar e a depressão.

Consequências biopsicossociais

O transtorno do pânico traz um sofrimento psíquico e prejuízo funcional, está associado a uma série de impactos de ordem biopsicossocial, tornando-o um problema de saúde pública. Pacientes com transtorno do pânico têm maiores taxas de absenteísmo, menos produtividade no trabalho, maiores taxas de utilização dos serviços de saúde, procedimentos e testes laboratoriais, risco aumentado, independente das comorbidades, de ideação suicida e tentativas de suicídio e parece estar relacionado à morbidade e mortalidade cardiovascular.

Tratamento do transtorno do pânico

O manejo emergencial das crises de pânico concentra-se na tranquilização do paciente, passando-lhe a informação de que seus sintomas são provenientes de um ataque de ansiedade, não sendo uma condição clínica grave com risco de morte (uma das principais preocupações das pessoas que experienciam crises) e no reconhecimento de ue as crises são realmente intensas, muito desagradáveis e causam mal-estar forte. É preciso reforçar que as crises são passageiras, durando cerca de 10 a 30 minutos e orientar para que o paciente respire fundo pelo nariz e não pela boca, tentando controlar a frequência de inspirações para não hiperventilar. Muitas vezes, a tranquilização já é o suficiente para acalmar o paciente.

Alguns psicofármacos podem ser utilizados no tratamento do transtorno do pânico dependendo do grau de recomendação clínica, que geralmente são constituídos de inibidores seletivos de recaptação de serotonina. Além disso, o tratamento deve somar-se ao acompanhamento psicológico, por exemplo, por meio da terapia cognitivo-comportamental, cujos resultados têm se mostrado promissores, principalmente ao promover a aceitabilidade e aderência ao tratamento por meio da psicoeducação.

A combinação com terapias holísticas e que trabalhem o inconsciente como a psicanálise e a hipnose podem contribuir para melhor entendimento dos sintomas e suas causas, contribuindo para a superação do trauma primário.

Prognóstico e futuro do transtorno do pânico

A maioria dos pacientes com transtorno do pânico tem bom prognóstico. Quando o transtorno é crônico, podem haver recaídas e agudizações dos sintomas frequentes, em geral associadas aos estresses da vida, e possui fases de remissão parcial ou completa dos sintomas. Estudos mostraram uma descontinuação das medicações em número substancial de pacientes, com taxas de 25 a 50% dentro de seis meses.

A psiquiatria também tem buscando desenvolver métodos de prevenção do transtorno do pânico, já que hoje em dia se sabe que uma das principais causas do transtorno são justamente traços de ansiedade durante a infância e a adolescência. Assim, as pesquisas têm envolvido formas de estudo cada vez mais precoces, em crianças de risco, como filhos de pais com transtornos de ansiedade, por exemplo.

E você, busca ajuda para superar traumas e questões do passado? Venha para o Aliviamente! Aqui nossos profissionais estão qualificados para ajudá-lo a conquistar mais saúde mental e qualidade de vida. Consulte um psicanalista hoje mesmo e veja os resultados em você!

Referência:

SALUM, G.A. et al. Transtorno do pânico. Rev. psiquiatr. 2009;31(2).


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


Gostou de nosso post? Compartilhe:


Todos os direitos reservados