O que é narcolepsia? Entenda mais sobre esse significativo transtorno

20/10/2021 às 15:08 Dicas

O que é narcolepsia? Entenda mais sobre esse significativo transtorno

Um dos transtornos de sono que podem causar sérios danos, a narcolepsia pode trazer sérios prejuízos para o dia a dia. Quer entender mais sobre esse assunto? Então vem conosco!

O que é narcolepsia?

A palavra narcolepsia vem de narco, estupor, e lepsia, ataques, significando ataque de sono. Atualmente, a narcolepsia é definida pela sonolência excessiva diurna e cataplexia, podendo associar-se à paralisia do sono, alucinações hipnagógicas e fragmentação do sono. É um transtorno neurodegenerativo crônico, caracterizado por sonolência excessiva e manifestações dissociativas do sono REM.

A narcolepsia tem um significativo impacto biopsicossocial e funcional do indivíduo, o que faz com que tenha importância clínica. Fatores genéticos podem estar associados na narcolepsia, e o risco de um parente de primeiro grau de um paciente ser diagnosticado com ela é de 10 a 40 vezes maior que a população geral.

Desenvolvimento da narcolepsia

O transtorno foi primeiramente descrito por Gelineau em 1881, como uma doença com ataques de sono irresistíveis, e em 1916 foi relatada por Hennemberg como a associação de fraqueza muscular a ataques de sono denominados, então, de ataques de cataplexia.

Na década de 1960, a partir do melhor conhecimento sobre as fases do sono, a narcolepsia foi relacionada aos fenômenos do sono REM (movimento rápido de olhos).

Epidemiologia da narcolepsia

A narcolepsia atinge cerca de 0,5% da população mundial. A sonolência diurna ocorre em todos os pacientes, com diferentes graus de severidade, a cataplexia ocorre em aproximadamente 70% dos narcolépticos e a paralisia do sono e as alucinações hipnagógicas são observadas ao redor de 25%.

Sintomas da narcolepsia

A narcolepsia possui dois sintomas essenciais, a sonolência excessiva e a cataplexia. Algumas outras manifestações clínicas podem surgir, como:

  • sonolência diurna;
  • cataplexia;
  • paralisia do sono;
  • alucinações hipnagógicas;
  • sono noturno fragmentado.
  • episódios de comportamentos automáticos;
  • pesadelos;
  • déficits cognitivos;
  • obesidade;
  • parassonias;
  • diabetes tipo II.

Sonolência excessiva

A sonolência excessiva é o primeiro sintoma em 90-94% dos casos, sendo a principal queixa dos pacientes. É uma condição crônica e diária, ocorrendo independente da quantidade de sono no período principal de sono. Dentre suas características, podemos encontrar:

  • sensação de sonolência, de intensidade constante ou variável, e duração de uma até várias horas;
  • ataques irresistíveis de sono, apesar da tentativa de permanecer acordado;
  • cochilos que aliviam a sonolência por até algumas horas nos adultos;
  • múltiplos cochilos ao longo do período principal de vigília;
  • o alívio da sonolência proporcionado pelos cochilos reflete o grau de intensidade da sonolência e tem valor para o diagnóstico diferencial;
  • a sonolência pode expressar-se como flutuação no nível de atenção e concentração.

O que é cataplexia?

A cataplexia consiste no enfraquecimento súbito e incontrolável de parte ou de todo o corpo após situações de emoção. Normalmente não ocorre perda da consciência, embora em raros relatos se observe associação com sono profundo. A narcolepsia se divide em duas apresentações clínicas: com cataplexia (70%) e sem cataplexia (30%). A ausência de cataplexia dificulta o diagnóstico clínico com necessidade de valorização dos outros sintomas associados. Veja algumas características clínicas do ataque de cataplexia:

  • episódios súbitos e recorrentes de atonia muscular esquelética axial e/ou apendicular bilateralmente;
  • episódios desencadeados por situações com forte conteúdo emocional positivo (riso), susto ou raiva;
  • duração, em média, de alguns segundos até 10 minutos;
  • consciência preservada pelo menos ao início do ataque;

capacidade auditiva e de compreensão preservadas durante o ataque;

  • término súbito com retorno do tônus muscular e sem confusão mental ou amnésia; padrão respiratório normal durante o ataque.

Paralisia do sono

A paralisia do sono consiste na situação em que o paciente acorda e não consegue movimentar-se, ou seja, caracteriza-se pela incapacidade total para se mover, ocorrendo ao adormecer ou, mais comumente, ao despertar. O paciente fica temporariamente incapaz de realizar atos voluntários, embora se mantenha consciente. Pode ser acompanhada por sensação de incapacidade para respirar e por alucinações variadas, durante cerca de 1 a 10 minutos, com média de 2 minutos, terminando subitamente após esforço mental ou por alguma estimulação sensorial externa.

Alucinações hipnagógicas

As alucinações hipnagógicas caracterizam-se por possíveis sonhos vívidos na transição do sono com a vigília em pacientes com narcolepsia. Possuem importância clínica importante, já que os pacientes interagem com tais sonhos que os levam a situações inadequadas em público ou em casa. É um sintoma relevante e que estará presente em diagnósticos diferenciais mais adiante.

Fragmentação do sono

A fragmentação do sono caracteriza-se clinicamente por despertares noturnos frequentes relatados pelos pacientes com sensação de baixa quantidade e qualidade do sono.

Tratamento da narcolepsia

A maior dificuldade do tratamento dos pacientes com narcolepsia é estabelecer a integração social e familiar deles. A média de evolução dos sintomas até o diagnóstico é de cerca de 10 anos. O paciente na maior parte das vezes é visto pelos familiares e amigos como preguiçoso, com consequente dificuldade na sua carreira profissional e em atividades sociais. O apoio psicológico por instituições especializadas é importante e modifica o prognóstico social e pessoal desses pacientes

Como lidar com a narcolepsia?

Horários regulares para as atividades do dia-a-dia e o sono são fundamentais. Os pacientes devem evitar situações de privação de sono noturna e, sempre que possível, devem realizar cochilos programados por 15 a 20 minutos, duas a três vezes durante o dia, para facilitar o controle da sonolência diurna. O paciente deve ser orientado a não ingerir bebidas alcoólicas, não usar sedativos e tomar cuidado com drogas que possam promover o sono, como anti-histamínicos e neurolépticos, por exemplo. Os familiares, os companheiros de trabalho e de estudo devem ser informados sobre a doença para participarem ativamente da integração desses pacientes na comunidade.

Dia Mundial de Conscientização da Narcolepsia

O Dia Mundial de Conscientização da Narcolepsia é comemorado no dia 22 de setembro. Assim, pacientes e famílias lutam para o reconhecimento das demandas de pessoas com narcolepsia, por um mundo mais inclusivo e com maior qualidade de vida para todos.

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Referências:

ALÓE, F. et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico da narcolepsia. Revista Brasileira de Psiquiatria. 2010;32(3).

COELHO, F.M.S. et al. Narcolepsia. Arch. Clin. Psychiatry; 2007;34(3).


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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