Um dos métodos terapêuticos mais antigos, a hipnose nem sempre é compreendida por todos. Dá uma olhada!
O que é hipnose?
A hipnose é um estado de consciência que envolve atenção focada e consciência periférica reduzida, caracterizado por uma maior capacidade de resposta à sugestão. É considerado tanto um estado mental, quanto um tipo de comportamento usualmente conduzido por um processo denominado indução hipnótica, geralmente composto de uma série de instruções preliminares e sugestões.
Seu nome se deve ao médico e pesquisador inglês James Braid, que o introduziu para denominar uma espécie de sono induzido. Hoje se sabe que o estado hipnótico e o sono são estados eletrofisiológicos diferentes, mas após o equívoco o termo continuou sendo utilizado.
A hipnose geralmente inclui sugestões que geram um estado de relaxamento, calma e bem estar geral, que pode durar uma sessão mas também pode ser reativado posteriormente pelo hipnotizado.
O uso terapêutico e médico da hipnose é chamado de hipnoterapia e pode trazer benefícios à saúde de diversas maneiras.
Hipnose Ericksoniana
A partir da noção de um inconsciente auto-regulado e independente em seus processos, Erickson inovou ao dizer que não existem indivíduos mais ou menos propensos ao transe mas, sim, um inconsciente auto-regulador e independente em seus processos, a partir do qual o sujeito experimenta de forma singular.
Erickson participou com grande importância da construção das sugestões hipnóticas, concebendo que as prescrições diretas poderiam facilmente ativar as resistências dos sujeitos e provocar uma verdadeira queda de braço com os sintomas.
Assim, utilizava as analogias, metáforas e contos de histórias para acessar o inconsciente de forma simbólica e indireta, sem ativar indevidamente as resistências, permitindo ao próprio paciente construir as associações capazes de criar soluções que atendam às suas necessidades. Aqui, o papel do terapeuta não é de levar o cliente a decifrar os significados das sugestões, mas de proporcionar a reorganização dos processos inconscientes capazes de ativar recursos terapêuticos para a demanda do sujeito.
Dessa forma, Erickson manteve uma relação com seus antecessores em magnetismo e hipnose, mas implementou inovações de grande relevância, especialmente para o estudo da dor. Seus estudos reconheceram uma série de processos subjetivos ligados à experiência de dor, até então pouco explorados, postulando que estas se relacionavam com a construção de sentido, as emoções e a história do sujeito, suas tramas e acontecimentos sociais.
Hipnose e dor crônica
A dor crônica representa um desafio terapêutico desde a antiguidade. Essas demandas, em conjunto com o surgimento do magnetismo e da hipnose, trouxeram novos desenvolvimentos e possibilidades.
Na intervenção em dor crônica, o terapeuta precisa estar atento aos diversos tipos de aprendizado, especialmente os aprendizados além da consciência, desenvolvidos para lidar com a dor e também as formas como o sujeito pode acessar seu inconsciente a fim de potencializar seus recursos no combate aos sintomas. Dessa forma, a hipnose seria uma forma de evocar as tendências auto-corretivas naturais do inconsciente, o que todos possuem, de forma a encontrar os recursos para gerir o seu problema.
Hipnose no ambiente médico
O interesse da classe médica pela hipnose ficou marcado por autores americanos em 1950, os quais relataram o interesse em aplicá-la para tratamento de doenças como a dor crônica. A hipnose foi inserida nas práticas constantes de hospitais por psiquiatras, sobretudo até 1960. Com a chegada de instrumentos técnico-científicos como o eletroencefalograma e as drogas psicotrópicas, a discussão acerca das comprovações científicas da eficácia da hipnose deram início.
Freud e hipnose
Sigmund Freud vem à cabeça de muitas pessoas sempre que pensamos em hipnose. Freud reconheceu o valor do emprego da hipnose no tratamento das histerias, posteriormente substituindo o método pela associação livre como metodologia de tratamento. Mas a hipnose ainda é utilizada como meio terapêutico auxiliar em psicoterapia como meio de acesso ao inconsciente. A partir do transe, o indivíduo adquire autoconhecimento e passa a ver sob novos ângulos seus recursos e problemas, aprimorando sua própria capacidade de cura e de remissão de sintomas.
Benefícios da hipnose
Os benefícios da hipnose são estudados até hoje e são diversos. Vamos ver alguns deles:
- Insônia e problemas do sono: a hipnose é uma importante ferramenta para pessoas que têm dificuldade para dormir ou manter o sono, ajudando a relaxar e ter uma noite de sono saudável. A hipnose também pode beneficiar indivíduos com problemas de sonambulismo, permitindo o treino para sentir quando os pés tocam o chão e tomar consciência do estado sonâmbúlico.
- Ansiedade: diversas técnicas de relaxamento podem beneficiar o tratamento da ansiedade, assim como a hipnose. Ela alivia a tensão crônica trazida pela ansiedade, a partir da qual o indivíduo ansioso pode aprender uma nova forma de lidar com suas sensações.
- Fobias: a hipnose pode ajudá-lo a dessensibilizar de fobias e medos excessivos, a partir da observação do momento em que a mente registrou o objeto fóbico como perigoso ocorre a ressignificação da relação com este.
- Dor crônica: a hipnose pode ser utilizada para tratar dores crônicas, enxaquecas e tensões, bem como problemas relacionados com artrite, câncer e fibromialgia.
- Fumar: parar de fumar não é fácil, por isso a hipnose pode ser tratamento coadjuvante para parar de fumar, pois permite mudar hábitos e ressignificar a importância do cigarro na vida da pessoa.
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Referências:
ALARCÃO, G.G. & MOTA, A. História crítica da hipnose na psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Brasil, entre 1930-1970. Interface. 2019.
NEUBERN, M.S. Hipnose e dor: origem e tradição clínicas. Estud. psicol. 2009;14(2).
PAIM, F.F. & IBERTIS, C.M. A hipnose e o método catártico como primeiros caminhos à descoberta da associação livre. Disc. Scientia. 2006;7(1).
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