O aumento da expectativa de vida tem trazido novos desafios para a medicina e a psicologia. Você conhece a doença de Alzheimer e seus efeitos psicossociais? Então dá uma olhada!
O que são doenças neurodegenerativas?
Doenças neurodegenerativas são aquelas que causam a degeneração dos neurônios de forma irreversível. Essas células são fundamentais para o funcionamento do sistema nervoso. Em grande parte dessas doenças, se não houver intervenção, logo no início, e um tratamento adequado, o paciente poderá perder suas funções físicas, motoras, fisiológicas e até mesmo sua capacidade cognitiva, como por exemplo, na doença de Alzheimer.
O Alzheimer é, portanto, uma patologia que pode ser classificada em maior ou menor grau, ou seja, existem pacientes portadores que estão em estado inicial e ainda não possuem comprometimento significativo da memória e das habilidades físicas, motoras e intelectuais.
O que é Alzheimer?
A doença de Alzheimer é uma afecção neurodegenerativa progressiva, irreversível, de aparecimento insidioso, que acarreta na perda de memória e diversos distúrbios cognitivos. Em geral, a doença de Alzheimer tem acometimento tardio, surgindo por volta dos 60 anos de idade, de forma esporádica. Também é possível desenvolver a doença precoce, por volta dos 40 anos, quando há reincidência familiar. Foi primeiramente caracterizada pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer em 1907.
Expectativa de vida e Alzheimer
Com o aumento da expectativa de vida, principalmente nos países desenvolvidos, a prevalência da doença de Alzheimer representa cerca de 50% dos casos de demência nos Estados Unidos e no Reino Unido e se estima que seja a quarta maior causa de morte entre idosos nestes países.
O Alzheimer é frequentemente associado à idade, de acordo com a qual as manifestações cognitivas e neuropsiquiátricas resultam em uma deficiência progressiva e eventual incapacidade para realizar as atividades diárias, o que reduz significativamente a qualidade de vida e o bem estar do paciente.
Diagnóstico do Alzheimer
O diagnóstico é feito por meio do histórico familiar relacionado a doença, histórico do próprio paciente, além de exames laboratoriais, hemograma, creatinina, sódio e potássio, cálcio, dosagem de vitamina B12, sorologia para sífilis, função hepática, hormônio estimulante da Tireóide.
O aparecimento dos sintomas
Em geral, o primeiro aspecto clínico que se manifesta é a deficiência de memória recente, enquanto as memórias remotas são preservadas até um certo estágio da doença. Dificuldades de atenção, fluência verbal e outras funções cognitivas se deterioram à medida em que a doença evolui, dentre elas a capacidade de fazer cálculos, as habilidades visuo-espaciais e a capacidade de usar objetos comuns e ferramentas, tal como amarrar o cadarço dos sapatos. O grau da vigília e a lucidez do paciente permanecem inafetados até o estágio avançado da doença, onde também surgem a fraqueza muscular e contraturas musculares.
Alzheimer e distúrbios comportamentais
Os sintomas da doença de Alzheimer também podem ser acompanhados de distúrbios do comportamento, tais como agressividade, alucinações, hiperatividade, irritabilidade e depressão. Transtornos do humor afetam uma porcentagem considerável de indivíduos que desenvolvem doença de Alzheimer, em algum ponto da evolução da síndrome demencial.
Sintomas depressivos são observados em até 40-50% dos pacientes, enquanto transtornos depressivos acometem em torno de 10-20% dos casos. Outros sintomas, como a apatia, a lentificação (da marcha ou do discurso), a dificuldade de concentração, a perda de peso, a insônia e a agitação podem ocorrer como parte da síndrome demencial.
Tratamento dos sintomas comportamentais
Apesar de estudos ainda não especificarem a eficácia do tratamento antidepressivo em pacientes com doença de Alzheimer, o controle da depressão em pacientes com Alzheimer pode proporcionar melhora substancial na cognição, mas é preciso não confundir outros sintomas com a depressão, tais como perda de interesse em atividades diárias e cuidados pessoais, redução da iniciativa e das interações sociais ou da expressão facial, redução da entonação verbal e das respostas emocionais. Na depressão, contudo, tais queixas são geralmente associadas à disforia, ideação depressiva e sintomas vegetativos.
Tratamento medicamentoso para Alzheimer
As inúmeras pesquisas feitas atualmente, visam conceber um tratamento embasado na estabilização dos sintomas. Além dos medicamentos antidepressivos, no que tange às anormalidades comportamentais apresentadas na doença de Alzheimer, medicamentos antipsicóticos têm sido utilizados no intuito de facilitar os cuidados com o paciente, especialmente reduzindo as alucinações, a agressividade, os distúrbios de humor, a anedonia, a apatia e a disforia, além de outros comportamentos que ocorrem com a evolução da patologia.
Qualidade de vida no Alzheimer
Mesmo ainda não possuindo cura, meios de intervenções podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e a saúde mental dos portadores de Alzheimer, bem como de seus cuidadores, que são afetados emocional e fisicamente pela doença. Grupos de apoio podem auxiliar os cuidadores a perceberem as dificuldades relatadas, como enfrentar, aceitar e entender a doença e suas implicações no dia a dia. Técnicas de estimulação cognitiva ativa podem aumentar a produtividade das funções cognitivas, tais como atenção, concentração, memória, funções executivas, linguagem, orientação espaço-temporal e capacidade visuo-espacial.
Cannabis medicinal e Alzheimer
Os medicamentos atuais para a doença de Alzheimer possuem pouca eficiência e nenhum deles evita ou retarda a progressão da doença. Por isso, alguns fitoterápicos como os canabinoides, substâncias contidas na planta Cannabis têm se mostrado uma alternativa ao tratamento usual por terem menos efeitos colaterais e atuarem na etiologia da doença.
Os efeitos positivos da cannabis no Alzheimer incluem: redução da agitação, ansiedade (em doses baixas), agressividade, depressão e dor. Além disso, a planta atua na neuroproteção e redução de placas senis e promove a neurogênese por meio do sistema endocanabinoide que temos inatamente no sistema nervoso. Assim, a planta tem se mostrado promissora para o cuidado biopsicossocial dos pacientes com a doença de Alzheimer.
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Referências:
CAETANO, L.A.O. et al. Alzheimer, sintomas e grupos: uma revisão integrativa. Vínculo. 2017;14(2).
Ministério da Saúde. Doença de Alzheimer. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. 2013.
VITAL, M.A.B.F. A doença de Alzheimer: aspectos fisiopatológicos e farmacológicos. Rev. psiquiatr. 2008;30(1).
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