O que é a dieta cetogênica?

13/07/2021 às 17:10 Dicas

O que é a dieta cetogênica?

A alimentação é um dos pilares do bem estar para o ser humano, sendo a principal fonte de energia para realizar as atividades do dia a dia. Apesar de mais pessoas estarem conscientes de sua alimentação, a implementação de dietas faz parte da vida de vários indivíduos. Mas o que muita gente não sabe é que as dietas não servem apenas para emagrecer ou engordar, elas também podem auxiliar em doenças, sabia? Dá uma olhada!

Epilepsias refratárias

A epilepsia é uma distúrbio neurológico crônico caracterizado por crises epiléticas repetidas. Cerca de 1 a 2% da população mundial tem epilepsia, com prevalência nos países em desenvolvimento como o Brasil. Um terço desses pacientes evoluem para uma epilepsia refratária aos medicamentos, sendo necessário o uso de abordagens alternativas como a cirurgia ou o uso de canabidiol. Uma parte significativa dessas pessoas são crianças com epilepsias infantis generalizadas.

Ao longo do tempo os estudos observaram que pacientes com epilepsia apresentavam melhor controle das crises epiléticas quando permaneciam em jejum. Dessa forma, um estudioso chamado Wilder propôs em 1921 uma dieta que simulasse as alterações bioquímicas associadas aos períodos de jejum, conhecida como dieta cetogênica.

O que é a dieta cetogênica?

A dieta cetogênica é uma dieta terapêutica cuja composição é rica em lipídeos, moderada em proteínas e pobre em carboidratos. A substituição de carboidratos por lipídeos faz a troca da fonte energética para o cérebro, as cetonas ao invés da glicose, e diminui-se levemente a quantidade de proteínas. É, portanto, uma dieta que promove a troca do combustível do corpo, o qual passa a utilizar a gordura como fonte de energia. Quando ingerimos carboidratos, eles são convertidos em glicose, que é transportada pelo corpo e afeta em particular o funcionamento cerebral. Já quando se consome gordura, o fígado a converte em corpos cetogênicos (cetose), que passam a suprir o corpo com energia.

Os corpos cetogênicos podem ser medidos através de diferentes exames de urina, hálito ou sangue. A dieta pode ser usada para emagrecimento, performance física, benefícios cognitivos e tratamento de patologias.

É um tipo de tratamento alternativo para epilepsia de difícil controle além de outras patologias. Seu uso é indicado para crianças com número elevado de crises epiléticas de difícil controle, que não respondem às medicações disponíveis. Pode ser indicada também para pacientes que apresentam intolerância aos efeitos adversos dos medicamentos.

Além disso, novas utilizações terapêuticas da dieta cetogênica tem sido observadas no tratamento do Alzheimer, esclerose lateral amiotrófica, autismo, tumores cerebrais, enxaquecas, transtorno bipolar, compulsão alimentar, traumas cerebrais, dores e inflamações, Parkinson e desordens do sono, entre outros.

Eficácia da dieta cetogênica

O mecanismo pelo qual a dieta cetogênica leva à redução das crises epilépticas ainda não está esclarecido, e até hoje sugere-se que a oferta excessiva de gorduras é capaz de manter o mecanismo metabólico de inanição (jejum), pois nesta situação, este macronutriente é utilizado como fonte energética no lugar da gordura estocada, criando e mantendo um estado chamado cetose.

A eficácia da dieta cetogênica é observada principalmente nas epilepsias refratárias, na redução significativa do número de ocorrências de crises.

A dieta cetogênica tem sido eficaz para promover a otimização mental, estabilização emocional, foco, ganho de energia e perda de peso.

Dentre os benefícios da dieta cetogênica, podemos citar:

1. menos fome

2. emagrecimento acelerado

3. controle da pressão arterial

4. redução dos níveis de triglicéridos

5. redução na insulina e na glicemia

6. redução do colesterol

Além disso, a dieta tem efeitos psicológicos como bem estar, aumento da motivação, da qualidade de vida e da resiliência do indivíduo, redução do estresse, da ansiedade e depressão, além de ampliação da disciplina para aderir à dieta.

Efeitos colaterais da dieta cetogênica

Os efeitos colaterais da dieta cetogênica mais comuns após a fase inicial, são desconfortos gastrointestinais, incluindo náuseas, vômitos e dificuldade de ingestão de alimentos. Alguns pacientes podem apresentar desidratação e acidose metabólica grave, necessitando internação.

Esses efeitos podem ser minimizados com o acompanhamento constante do paciente por uma equipe multiprofissional especializada.

Planejamento da dieta cetogênica

Para que a dieta reproduza o efeito do jejum, a mesma deve conter alta porcentagem de gordura e baixa porcentagem de proteínas e carboidratos. Embora ela se concentre no consumo de gorduras, a dieta deve atender aos princípios gerais da nutrição, oferecendo energia, proteínas, minerais e vitaminas, mesmo que por meio de suplementos.

Para iniciar a dieta é preciso estar em jejum cerca de 24 a 48 horas para que o corpo entre em cetose (consumo de gordura e não de glicose). A partir daí são realizadas três refeições por dia, sendo que as primeiras refeições devem fornecer um terço de energia diária total, evoluindo para um terço de energia diária total, evoluindo para dois terços a partir da quarta refeição, chegando ao total na sétima refeição. Existem algumas recomendações para facilitar a adesão à dieta cetogênica:

  • pesar todos os alimentos da refeição antes do início do preparo;
  • seguir rigorosamente as quantidades;
  • nunca substituir os alimentos;
  • respeitar os tipos e marcas dos alimentos conforme a especificação do cardápio;
  • não deixar alimentos ao alcance da criança;

As dificuldades para adotar a dieta envolvem os estágios iniciais da terapia, onde a restrição da alimentação, a segregação da pessoa em relação à alimentação da família, entre outros fatores podem dificultar a adesão.

Dentre os alimentos permitidos na dieta cetogênica, temos: verduras e legumes, frutas devem ser consumidas em pouca quantidade, e gorduras como manteiga, castanhas, azeite, castanhas e banha de porco, além de carnes, peixes, frango, ovo, queijos, iogurte e açaí puro. São liberadas as bebidas: água, café e chá sem açúcar.

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Referências:

NONINO-BORGES, C.B. et al. Dieta cetogênica no tratamento de epilepsias farmacorresistentes. Rev. Nutr. 2004;17(4).

PEREIRA, E. et al. Dieta cetogênica: como o uso de uma dieta pode interferir em mecanismos neuropatológicos. Revista de Ciências Médicas e Biológicas. 2010;9(1).


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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