O início da psicoterapia: veja como funciona

06/09/2021 às 21:40 Dicas

O início da psicoterapia: veja como funciona

Iniciar um processo de psicoterapia pode ser um momento difícil e corajoso, que muitas vezes exige grande determinação. Veja algumas informações sobre esse período delicado!

Início da psicoterapia

O início da terapia pode ser uma das fases mais delicadas do tratamento psicoterápico, sendo decisiva para a permanência ou não do paciente no tratamento. Assim, é necessário vencer as eventuais resistências do paciente, sua falta de motivação e dificuldades para aderir aos tratamentos propostos.

É um momento especial, que desperta uma série de sentimentos e emoções dos participantes, tais como expectativa, dúvidas, esperança, simpatia, rejeição ou rechaço, desejo de ajudar, pena, desesperança, entre outros de ordem biopsicossocial. O tratamento depende substancialmente de seu entendimento e manejo nesta fase da terapia. Ambos o terapeuta e o paciente precisam, antes de tudo, conhecer-se e adaptar-se à maneira de ser e ao estilo pessoal de cada um, ao mesmo tempo em que dão início a tal empreendimento a que se propuseram.

Contribuições na terapia

É importante salientar que o terapeuta traz para a consulta diversos aspectos seus, tais como suas fantasias e expectativas diante do novo paciente, sua insegurança e temores diante do desconhecido, suas dúvidas e confiança de que será capaz ou não de ajudar. Este também pode estar passando por questões de ordem pessoal, eventualmente situações difíceis envolvendo conflitos que ele mesmo não consegue articular no momento.

Já o paciente traz consigo as dificuldades para superar problemas e se sente oprimido pelas angústias e percepções distorcidas de si mesmo e das pessoas à sua volta, razões pelas quais decidiu solicitar ajuda a uma outra pessoa, assim como sua história pessoal, expectativas e sua maneira particular de reagir diante de pessoas que possam auxiliá-lo, representando figuras de autoridade ou saber.

Iniciando a terapia

A primeira tarefa do início da psicoterapia é estabelecer uma aliança terapêutica suficientemente forte com o terapeuta. Para isso é importante estabelecer uma colaboração ativa entre paciente e terapeuta, se expressa sob a forma de um “contrato” no qual são estabelecidas regras, formas de trabalho, metas e objetivos, tarefas, bem como as responsabilidades e papéis dos participantes.

Em seguida, a terapia pode tomar diversos cursos, dependendo do diagnóstico, das condições pessoas do paciente e sua aptidão para poder levar adiante os procedimentos exigidos pelo modelo de terapia que está sendo proposto.

Além disso, o desenvolvimento da terapia também depende das condições do próprio terapeuta, sua experiência e competência profissional e aspectos da sua personalidade, tais como a capacidade de empatia, comunicação honesta, autenticidade, calor humano, cordialidade, entre outros. É uma fase inicial de adaptação até conhecer ao máximo o novo paciente para proporcionar as condições para o seu desenvolvimento a partir de uma confiança genuína e de expectativas positivas quanto às possibilidades de resolver problemas e ampliar a saúde mental.

Psicoeducação na psicoterapia

Recentemente a psicoeducação do paciente a respeito de seu transtorno tem sido bastante utilizada para o conhecimento sobre a natureza dos sintomas, os mecanismos envolvidos em sua origem e manutenção, o racional embasando a intervenção terapêutica ou medicamentosa destinada a remover os sintomas, bem como seus possíveis efeitos colaterais.

Assim, é fundamental aumentar o insight do paciente a respeito de seu transtorno para motivá-lo a aderir ao tratamento adequado ao seu caso. As explicações devem ser honestas, claras, em linguagem compreensível e apropriadas ao nível intelectual e cultural de cada paciente, demonstrando coerência entre a concepção do transtorno e a modalidade de tratamento escolhida para resolvê-lo.

O contrato terapêutico

Uma das partes integrantes de todas as terapias é chamado contrato terapêutico, ou seja, um acordo entre paciente e terapeuta que define o que é a terapia, para quem e a que se destina, seus objetivos ou metas, quem será envolvido (o indivíduo ou toda a família), em que lugar e frequência, bem como as responsabilidades e expectativas de cada um. Para que ocorra uma efetiva colaboração, os objetivos devem ser aceitáveis ao paciente, bem como apropriados, do ponto de vista ético e profissional, ao terapeuta.

O contrato é estabelecido de forma explícita no início do tratamento, porém pode ter características específicas ajustadas ao longo do tratamento, pois serve de referência a partir da qual é possível identificar eventuais desvios no curso da terapia. Assim, o contrato terapêutico é um elemento essencial para o estabelecimento da aliança terapêutica e para a adesão ao tratamento.

Habilidades a serem desenvolvidas

Para alcançar as metas e objetivos da psicoterapia, é fundamental o desenvolvimento de certas habilidades pelo paciente, tais como o hábito da auto-observação, a capacidade de se comunicar com o terapeuta e a iniciativa nas sessões.

A auto-observação exige que o paciente assuma uma postura de permanente observação de seus sintomas, comportamentos, inibições, pensamentos, emoções ou sentimentos variados. Pode-se desenvolver a auto-observação através de:

  • Ficar atento aos sentimentos e emoções mais intensas e desagradáveis, inclusive os que ocorrem durante as sessões e voltados para a pessoa do terapeuta.
  • Identificar as circunstâncias ou as pessoas que as provocam.
  • Identificar os pensamentos, fantasias ou lembranças associadas.
  • Observar atitudes e comportamentos pessoais que pareçam estranhos ou contraditórios, especialmente se forem repetitivos, contrários às próprias convicções e desejos, ou se trazem algum tipo de prejuízo, buscando seu significado.
  • Registrar os sonhos ocorridos nos intervalos das sessões.
  • Identificar as situações atuais ou passadas que desencadeiam tais atitudes ou sentimentos.
  • Fazer uma espécie de “registro” mental de todo esse material, para explorá-lo junto com o terapeuta nas próximas sessões.

Assim, quando ambos estiverem com os objetivos do tratamento claros, colocarem determinação no plano de trabalho e êxito na superação das primeiras dificuldades, a terapia pode seguir na direção da reação das tarefas propostas.

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Referência:

CORDIOLI, A.V. Psicoterapias: novas abordagens. Editora Artmed. 3ª edição. 2008.


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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