As notícias relatam diariamente as violências direcionadas a pessoas LBGTQIA+. Essas violências vão desde preconceitos até violências psicológicas e físicas. Mas você sabe o que é homofobia?
O que é homofobia?
Inacreditavelmente, ainda existem poucos estudos sobre homofobia. Esse é um termo que foi cunhado pelo psicólogo George Weinberg em 1960 e engloba um espectro de atitudes e sentimentos negativos em relação à homossexualidade ou pessoas que são identificadas ou percebidas como lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros. Tem sido definida como desprezo, preconceito, aversão, ódio ou antipatia, pode ser baseada no medo irracional e na ignorância, e muitas vezes está relacionada a crenças religiosas. A homofobia é observável em comportamentos críticos e hotis, como discriminação e violência com base em orientação sexuais não heterossexuais, gerando baixa autoestima nas pessoas desse espectro. O termo homofobia tem sido associado ao longo do tempo como o pavor de estar perto de locais com homossexuais.
A homofobia também tem sido associada ao medo irracional ou intolerância a homossexualidade.
Os tipos de homofobia incluem homofobia institucionalizada, homofobia religiosa, homofobia patrocinada pelo Estado e homofobia internalizada, vivenciada por pessoas que têm atração pelo mesmo sexo, independentemente de como se identificam.
Heteronormatividade
O termo heteronormatividade é um sistema de ideias que estabelece a heterossexualidade como norma. Através dessa perspectiva, a partir dos sexos biológicos (macho, fêmea) se formaram expressões de gênero (masculina, feminina) das quais derivariam as orientações sexuais (hetero/homossexual). Essa ideia é uma como se fosse uma imposição entre sexo biológico, gênero e orientação sexual, sendo que cada uma dessas categorias mantém uma relação de complementariedade umas com as outras.
Dessa forma, essa noção de que o “correto” é ser heterrosexual pode ser fruto da internalização das dinâmicas sociais que desqualificam a diversidade sexual e as pessoas não-heterossexuais. Essa afirmação demonstra diretamente a discriminação sofrida como resultado de pertencer a um grupo socialmente desfavorecido, o que leva a resultados adversos para a saúde.
Dentre os resultados adversos, temos:
- A experiência direta da rejeição;
- A violência como resultado da orientação sexual;
- A construção da própria identidade a partir das atitudes negativas da sociedade em relação à diversidade sexual;
- A antecipação do preconceito associada, por exemplo, à ocultação da orientação sexual.
História
Embora atitudes sexuais remontam à Grécia Antiga que têm sido chamadas de homobofia por estudiosos e é usado para entender a intolerância para com a homossexualidade e homossexuais, a qual teve crescimento durante a Idade Média, especialmente por adeptos do Islamismo e do Cristianismo.
Os esforços políticos para promover os direitos dos homossexuais remontam a Europa no século 19, no entanto, foi somente após a Segunda Guerra Mundial que grupos se organizaram nos Estados Unidos para contestar a discriminação, ainda de maneira discreta e pouco intrusiva. Diversos confrontos entre movimentos LBGTQIA+ aconteceram ao longo da história.
O preconceito também tem sido observado no Brasil, sendo identificados como “abominação, crime contra a natureza, pecado, vícios, desvio, doença, viadagem, frescura”.
Direitos Humanos
Os direitos humanos são compreendidos como direitos pelos quais todos estão resguardados desde o nascimento, cabendo ao Estado assegurar o respeito e a segurança, por meio de acordos, convenções, leis e tratados nacionais e internacionais. Vários documentos foram formulados para assegurar a defesa e a realização da práticas de proteção aos direitos humanos como, por exemplo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Federal do Brasil de 1988, nas quais se destacam os princípios constitucionais que asseguram a proteção ao Estado de Direitos Humanos a todos os brasileiros.
Dessa forma, os direitos humanos são:
- Universais: são direitos de todas as pessoas.
- Indivisíveis: são reafirmados de forma conjunta e contínua.
- Interdependentes: a efetivação completa para que haja respeito e dignidade a todos.
Assim , ser parte de minorias como a população LBGTQIA+ significa relações de pertencimento e exclusão, tanto com a sociedade quanto com as instituições governamentais. Existe uma necessidade de proteção a esses sujeitos, ações que devem ser asseguradas pelo Governo Federal, no sentido de resguardar a promover diretrizes que permitam a diminuição do preconceito e assegurem a preservação dos direitos básicos desses sujeitos.
Impactos psicossociais
A homofobia vem sendo observada nas piadas, agressões físicas e verbais sofridas nas situações do dia a dia nas diferentes culturas, bem como na rejeição da própria família, o que causa sérios problemas psicológicos no indivíduo, que é visto como anormal pela atitude homofóbica.
Essas pessoas expulsas de casa muitas vezes acabam indo morar na rua e passar a se prostituir para sobreviver. Todos esses traumas vão somando a uma série de vivências negativas nas interações sociais.
Cada vez mais profissionais da saúde precisam se qualificar para atender as demandas específicas da comunidade LBGTQIA+, entendendo as consequências das vivências traumáticas pelas quais passa esse grupo. Abordagens que trabalham com um olhar biopsicossocial entram na produção de novos conteúdos a partir de estudos e observações clínicas, para verificar quais contingências sociais estão implicando na saúde desses indivíduos, pois a inclusão também perpassa pela confiança para buscar assistência sem sofrer preconceito.
Hipnose e homofobia
A hipnose pode auxiliar os indivíduos que sofrem com a homofobia tratando as questões inconscientes associadas aos traumas específicos desta comunidade. A partir das sugestões seguidas do aprofundamento no estado de transe, o hipnólogo pode direcionar o indivíduo para o contato com essas experiências dolorosas a partir de uma nova abordagem, criando maior resiliência para lidar com essas questões delicadas e ressignificar possíveis bloqueios advindos dessas experiências.
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Referências:
BASTOS, G.G. et al. A homofobia em discurso: direitos humanos em circulação. Imagem em Discurso. 2017.
COSTA, A.B. & NARDI, H.C. Homofobia e preconceito contra diversidade sexual: debate conceitual. Temas psicol. 2015;23(3).
LOGAN, C.R. Homophobia? Journal of Homossexuality. 1996;31(3).
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