A pandemia afetou as vidas de milhares de pessoas em todo o mundo de formas diversas, amplas e profundas. Mas como será que trabalhar em casa tem impactado a saúde mental?
Pandemia
Diversos estudos têm se voltado para estudar os impactos da pandemia na saúde mental. Cerca de 53% dos adultos americanos tiveram sua saúde mental impactada negativamente por estresse ligado à pandemia. A mudança repentina do ambiente de trabalho tem sido extremamente estressante para muitos funcionários, segundo algumas pesquisas. Desde o início da pandemia, surtos de ansiedade ou depressão no trabalho têm surgido.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em uma coletiva de imprensa sobre o COVID-19 que o distanciamento social e o isolamento em casa representam um desafio global para a saúde mental e para o bem-estar psicológico das populações. Alguns estudos descobriram que o “isolamento social real e percebido” está ligado a um risco aumentado de morte prematura.
Home office e saúde mental
Restrições em viagens e na vida social tem nos deixado numa posição de sentir isolados e desanimados. Aqueles que trabalham de casa possuem novas pressões com que lidar e para aqueles que não trabalham, o medo de pegar o vírus exacerba uma ansiedade constante.
A súbita falta de conexão física com o trabalho pode fazer com que os trabalhadores sintam que não têm a quem recorrer quando se sentem estressados ou ansiosos. Passou a ser mais desafiador formar uma rede de apoio forte, o que é crucial para uma boa saúde mental. Além disso, há a adaptação para trabalhar em casa, o que pode contribuir para um aumento na carga de trabalho. Há a tentação de trabalhar mais horas e, para quem não tem um escritório em casa, não há desconexão entre a vida em casa e a vida no escritório. É preciso traçar uma linha tênue entre a vida de casa e a vida no trabalho.
As reuniões online podem ser duradouras e cansativas, podendo gerar fadiga, bem como deixar os participantes sentindo-se, ironicamente, totalmente desconectados, especialmente em reuniões maiores, onde não se vê a face dos demais indivíduos. Numa sala comum, é possível ver as expressões e reações dos demais, o que não é possível online, o que dificulta o trabalho de um líder.
O trabalho em casa tem trazido um crescente fardo psicológico e emocional. O aumento do estresse e dos níveis de ansiedade, ambos nocivos para o bem estar do indivíduo e para a produtividade da empresa.
Romantização do subemprego
Milhares de pessoas estão sem emprego atualmente no Brasil e têm se submetido a subempregos, sem vínculos trabalhistas ou assinaturas nas carteiras de trabalho, realizando um trabalho não registrado, autônomo ou “empreendedor”, mas sem direitos trabalhistas.
O próprio funcionário passa a pagar pelas ferramentas de trabalho como seu próprio computador, cadeira (na qual passa grande parte do dia sentado), e pelos serviços que possibilitam tal trabalho, como a sua própria internet.
As lesões por atividade repetitiva têm crescido e sido subdiagnosticadas, sendo que muitos desses tipos de trabalho deixam o trabalho numa espécie de limbo trabalhista, sem cobertura para acidentes de trabalho e acompanhamento de sua saúde física e mental.
“Síndrome do home office”
Têm-se falado a respeito de uma síndrome que se relacionaria ao estresse e à inquietação devido a uma indefinição de fronteiras entre o trabalho e a vida doméstica. Um funcionário em casa muitas vezes nunca está realmente trabalhando ou nunca realmente relaxa, sempre dividindo seu tempo e atenção entre as atribuições do trabalho que precisam ser concluídas, com interrupções frequentes de cônjuges e filhos, animais e consertos de casa repentinos na vizinhança. Os sintomas envolveriam:
- Dificuldade em estabelecer uma estrutura e horários razoáveis para trabalhar em casa, estabelecendo períodos de tempo designados para o trabalho, para a família e para o relaxamento.
- Falta de rotina, resultando em horas de trabalho domiciliar prolongadas que se combinam facilmente com o tempo pessoal.
- Isolamento econômico e social impostos pela atual pandemia.
- Incerteza geral sobre o impacto final do COVID-19 na saúde pessoal e familiar, renda e planos e de curto prazo.
- Sentimentos de solidão estimulados pelo confinamento em casa ordenado pelos decretos e a perda da conexão social com colegas no escritório, com amigos ou membros da família.
Para evitar a síndrome, é preciso dar mais atenção às necessidades fisiológicas, tais como tirar um tempo para comer de forma nutritiva (não apenas lanches), dormir o suficiente, exercitar-se diariamente. Essas atividades também contribuem para estabelecer limites e uma rotina, dividindo o dia em “fases” entre o horário de trabalho e a vida em casa. Sem essas fases, o trabalhador em casa está mais apto a ter expectativas de trabalho irrealistas, excesso de foco e obsessão pelo desempenho no trabalho.
O exercício físico tem o benefício de ser um liberador de estresse e das pressões do desempenho no dia a dia do trabalho, e pode contrabalancear as horas de sedentarismo trabalhando sentado em uma cadeira na frente de um computador.
Criando um ambiente saudável para o trabalho virtual
Para superar essas questões e criar um ambiente de trabalho com saúde mental, algumas companhias têm tentado algumas modalidades de trabalho híbrido, com intervalos previamente determinados, especialmente durante as reuniões, além de diminuir o número destas, para reduzir a pressão psicológica de estar constantemente online.
Algumas atitudes que podem ser implementadas para promover saúde mental no trabalho virtual podem envolver o agendamento de reuniões com menor número de participantes, para dar espaço aos trabalhadores para interagir com suas equipes de forma que tenham suas contribuições pessoalmente reconhecidas. Incentivar e ajudar os funcionários a manter limites saudáveis entre suas vidas pessoais e profissionais também pode contribuir, incluindo dar espaço para intervalos constantemente, promovendo um momento fora da tela do computador, especialmente para aqueles que não possuem uma separação entre a casa e o escritório.
Para evitar o isolamento, é importante que os líderes separem um tempo para atualizar com os membros de sua equipe, ver como estão desempenhando e se sentindo, além de dentro do possível, promover encontros ainda que virtuais para a interação social.
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Referências:
HUNTY, R.V. Home Office. Canal Tempero Drag. 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ytpEq9eCol4&t=120s
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