A pandemia trouxe inúmeros desafios para o dia a dia. Uma nova adaptação precisou ocorrer em todos os setores, principalmente no ambiente familiar. Como está sendo conviver na pandemia?
Pandemia do coronavírus
Desde 2020, o cenário da pandemia do coronavírus tem sido de readaptação em todos os setores da vida humana. O país hoje marca 500 mil mortes, e nesse contexto de calamidade pública, relacionamentos tiveram que ser mantidos à distância, familiares há meses sem se ver pessoalmente, o trabalho virou remoto e o desemprego veio para muitos. Por isso, nem todas as pessoas conseguem seguir as medidas recomendadas de saúde e proteção nesse momento tão delicado e muitos estão submetidos a condições sem qualidade de vida. A proteção individual não depende apenas do indivíduo mas, sim, da promoção de políticas públicas para que os indivíduos permaneçam em casa, disponibilização de máscaras adequadas à população, ampliar o programa de vacinação, além de questões sanitárias básicas para que haja a higiene constante necessária à prevenção do vírus.
Isolamento social
Dentre as restrições implementadas pela pandemia do coronavírus, o distanciamento social trouxe uma importante redução nos níveis de atividade física de intensidades moderada e vigorosa, e no aumento do estresse e do comportamento sedentário, com inúmeras pessoas acima do peso após as restrições.
Não poder abraçar um familiar ou amigo, ou seja, a falta de proximidade em nosso afeto tem impactado a saúde mental de diversos brasileiros. Estudos relatam aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, aumento do consumo de tabaco e bebidas alcoólicas, devido à restrição social.
Lockdown
Diversas medidas foram implementadas pelos governos estaduais e municípios, como o fechamento das escolas e comércios não essenciais. Dessa forma, muitos trabalhadores foram orientados e desenvolverem suas atividades de casa, sendo que outros perderam seu emprego. Em alguns locais o bloqueio total (lockdown) da circulação de pessoas continua a ser implementado, tanto durante a semana, quanto nos finais de semana.
Com isso, cada vez mais pessoas estão passando mais tempo em casa, e a convivência entre parceiros, pais e filhos tem aumentado.
Hiperconvivência na pandemia
A convivência forçada pela pandemia do coronavírus, estabelecida 24 horas por dia no mesmo ambiente, tem sido um desafio para uma série de famílias. A convivência com o outro traz reflexões sobre como convivemos e como partilhamos a vida, nos obriga a enfrentar coisas em nosso comportamento que estavam debaixo do tapete.
Dessa forma, a hiperconvivência permite observar o tipo de conexões e vínculos criados com aquelas pessoas, em qual local colocamos o outro com quem convivemos, e qual parceria temos com eles. Será que essa pessoa soma ou subtrai na rotina? Como estão os relacionamentos com os filhos?
Essa sobrecarga psíquica devido à intensidade nas interrelações acaba afetando o desempenho do indivíduo, que está sobrecarregado com trabalhos acumulados em casa, no home office e na vida pessoal.
Divórcios na pandemia
A pandemia já foi responsável pelo aumento de 15% dos divórcios só no Brasil. Cerca de mais de 40 mil processos foram contabilizados no segundo semestre de 2020 e alta no número de divórcios foi constatada em 22 estados brasileiros e no Distrito Federal. Nos últimos cinco anos, os índices do divórcio aumentaram 75% e a crescente separação de casais é reflexo de um período de hiper convivência no ambiente doméstico por conta do isolamento imposto pelo coronavírus, seja compartilhando a residência ou não (auto convivência).
Dicas para uma melhor convivência
É intrínseco à convivência, intimidade e a familiaridade. Em contexto de pandemia, podemos ampliar a convivência com os demais e consigo próprio, ampliando o autoconhecimento e tendo uma noção cada vez mais ampla de quem somos e como nos comportamos no mundo. No entanto, nosso modo de ser pode incomodar o outro e vice-versa, já que pessoas diferentes pensam diferente e o conflito é algo presente nos relacionamentos mais próximos. Existem algumas dicas para melhorar a convivência durante este período de pandemia:
- Manter o diálogo e a boa comunicação: saber o momento de ouvir e o momento de falar, sempre com base no respeito ao outro, o que pode fortalecer os relacionamentos familiares, contribuir para um ambiente familiar integrado e mais harmônico.
- Realizar atividades que integram o núcleo familiar: investir na convivência familiar tem sido algo cada vez mais raro ultimamente, e é resultado de que cada vez mais pessoas estão vivendo isoladas e vulneráveis social e psiquicamente. Com o aumento do distanciamento social e a permanência em casa, é favorável investir em atividades que integrem o núcleo familiar.
- Identificar os problemas afetando o grupo: seja você mesmo ou com a família, busque identificar ou reconhecer os problemas e buscar soluções de forma conjunta.
- Compreender, ajudar e, se necessário, perdoar: estamos todos vivenciando um contexto pandêmico afetando nossa vida de diversas formas inevitavelmente. Se quisermos contribuir para a construção de relacionamentos saudáveis e de um ambiente familiar harmonioso e sadio, precisamos ser resilientes e buscar compreender o outro, ajudá-lo e, quando necessário, perdoar.
- Cuidar e proteger: nesse contexto de insegurança e medo, é importante ter e dar um suporte socioafetivo como a família, onde há um espaço de cuidado e proteção do sujeito, onde se sinta seguro e protegido.
- Estabelecer e cooperar com a nova rotina familiar: dentro da abrupta alteração da rotina familiar, torna-se imperativo buscar se ajustar a essa nova realidade. Esta deve ser redefinida pelos membros da família, de modo a priorizar, sobretudo, uma rotina em relação ao sono, alimentação, atividades escolares e trabalho.
Agora é só colocar em prática!
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Referências:
HOMEM, M. Hiperconvivência em casa. Canal Maria Homem. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YLNxbfMseXA
MALTA, D.C. & GRACIE, R. A pandemia da COVID-19 e as mudanças no estilo de vida dos brasileiros adultos: um estudo transversal. Epidemiol. Serv. Saúde. 2020;29(4).
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