Um dos grandes mistérios da atualidade, a fibromialgia afeta a vida de milhares de pessoas no mundo, mas será que a fibromialgia tem cura? Vamos dar uma olhada!
O que é fibromialgia?
A fibromialgia é uma síndrome clínica dolorosa associada com outros sintomas, que também recebe a denominação de Síndrome da Fibromialgia. Pesquisas desde 1970 buscam entender a fibromialgia, quando foram descritos pontos específicos relacionados à sensibilidade dolorosa.
A fibromialgia é compreendida pela medicina como uma doença que traz dor muscular crônica por diversas áreas do corpo. É uma condição reumática não-deformante e suas causas estão associadas a múltiplos fatores. Além da dor crônica, outros sintomas compõem a fibromialgia: fadiga persistente, rigidez matinal generalizada e sono não reparador. O sono não reparador e a insônia fazem com que o paciente acorde se sentindo tão cansado quanto antes de dormir, o que pode resultar na interrupção do ciclo de sono com prejuízos para sua retomada em consequência das crises dolorosas. Podem ocorrer, ainda:
- Parestesias
- Sensação subjetiva de inchaço nas articulações
- Cefaléias tensionais
- Síndrome do intestino irritável
- Dismenorréia
- Redução da força muscular nos membros superiores e inferiores
Vivências psicológicas ansiogênicas com características depressivas também estão frequentemente relacionadas com a fibromialgia. A fibromialgia é uma desordem de dor generalizada com vários pontos de máxima sensibilidade espalhados por todo o corpo. Para seu diagnóstico, é necessário que, quando esses pontos forem apalpados, a dor deve estar presente em pelo menos 11 das 18 regiões de pontos sensíveis especificados.
Os pontos sensíveis podem ser divididos em pontos de sensibilidade (locais onde a dor é restrita a esses locais) e pontos gatilho (irradiação dolorosa para locais distintos do esquema corporal). Para que a dor seja considerada crônica, deve apresentar-se cotidianamente por mais de quatro meses.
Dor crônica
A dor crônica sentida pelos pacientes com fibromialgia envolve componentes determinantes. Eles são:
- Impossibilidade da redução do quadro doloroso: acentua a noção de dependência e estimula a manutenção de comportamentos regressivos.
- Sentimento de impotência que leva a procedimentos técnicos não eficazes: determinante para o afastamento das atividades produtivas, mesmo não tendo clareza da relação entre esses fenômenos dolorosos e o trabalho.
- Rejeição a pessoa que experimenta a dor: a família acaba entrando no questionamento do adoecimento, em razão de considerar adoecimento aquilo que é verificável através de exames físicos ou clínicos.
Com o passar do tempo, a dor se torna referência para a organização da vida da pessoa e de sua família. Dessa forma, a doença barra os desejos do indivíduo e suas relações psicossociais, o que é característico de pessoas que vivem com dores crônicas. Nessa condição, o corpo de indivíduo passa a ser visto como “fonte de sofrimento, de frustração, de insatisfação, de impedimento à potência”. Percebe-se o corpo como meio de expressão do sofrimento e vincula-se a concepção de que ficar doente tem que ter um sentido.
Para a Psicologia, esses processos psíquicos envolvidos no adoecer precisam ser resolvidos, mas geralmente são recalcados para não chegar a um nível consciente. A doença pode ter a função de notificar que algo que permanecia oculto pode aparecer, provocando também uma reação em que se observa como testemunha”. A dor tem consequências sociais e suas manifestações dolorosas mobilizam os afetos de quem está vinculado ao paciente. Intervenções como a escuta da dor crônica podem permitir a passagem da dor à construção do sofrimento. A psicanálise busca aproximar o indivíduo ao núcleo da memória da dor, buscando aliviar a dor que ecoa amplificada em seu inconsciente.
Tratamento
O tratamento da fibromialgia envolve o alívio dos sintomas, das manifestações clínicas, e é orientado por medidas farmacológicas e não farmacológicas. O principal objetivo é o alívio da dor, a melhoria da qualidade de sono, a manutenção do equilíbrio emocional, a melhoria do condicionamento físico e da fadiga, e o tratamento de desordens associadas. É preciso educar e informar o paciente e seus familiares, com o máximo de informações possíveis, assegurando-lhes de que apesar de não aparecerem nos exames, os sintomas são reais.
A participação do paciente é fundamental no tratamento, sua atitude para com a doença. Caso assuma uma atitude positiva frente ao diagnóstico, pode responder melhor terapeuticamente aos sintomas.
Tratamento farmacológico
O tratamento farmacológico é geralmente voltado aos antidepressivos tricíclicos, agindo nos metabolismos da serotonina e noradrenalina, potencializando o efeito analgésico, aumentando a duração do sono profundo e diminuindo alterações de humor nos pacientes. Tratamento coadjuvante com analgésicos podem contribuir para a melhoria da dor nestes pacientes.
Tratamento não farmacológico
Exercícios aeróbicos são uma parte importante do tratamento da fibromialgia, pois podem promover o relaxamento e o fortalecimento muscular, reduzindo a dor e melhorando a qualidade do sono. Estudos demonstram benefícios para o alívio da dor com acupuntura. O suporte psicológico é fundamental, já que 25 a 50% dos pacientes com fibromialgia apresentam distúrbios psiquiátricos comórbidos. Biofeedback e hipnoterapia também têm demonstrado sua eficácia, especialmente de pacientes resistentes a outros tratamentos.
Hipnose e fibromialgia
O tratamento da fibromialgia é um trabalho complexo envolvendo a memória buscando desocultar o que foi apagado, reprimido ou recalcado, mas também é um processo de não trazer à tona aquilo que não pode ser tolerado, e por fim, um trabalho de ressignificação a partir do presente, em perspectiva do passado.
Através da hipnose é possível acessar o núcleo da dor através do transe aprofundado e direcionado pelo hipnólogo. Leva-se o indivíduo até o momento de registro da dor e cria-se um novo caminho, para que o paciente possa ver a dor a partir dos novos olhos do presente, e possa ressignificar essa dor crônica. À medida em que vai compartilhando o que vivencia durante o transe, o paciente torna-se consciente dos conteúdos e a posição em que ocupavam em sua psique. Trabalha-se para construir significados possíveis ao sofrimento, respeitando as limitações do indivíduo num esforço de constituir qualidade de vida a pessoa com fibromialgia.
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Referências:
JUNIOR, M.H. et al. Fibromialgia: aspectos clínicos e ocupacionais. Rev. Assoc. Med. Bras. 2012;58(3).
PROVENZA, J.R. et al. Fibromialgia. Rev. Bras. Reumatol. 2004;44(6).
SILVA, T.A.D. & RUMIM, C.R. A fibromialgia e a manifestação de sofrimento psíquico. Rev. Mal-Estar Subj. 2012;12(3-4).
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