Como lidar com a fadiga?

Se você se sente cansado, com pouca energia para fazer as coisas, você não está sozinho. A fadiga é resultado do ritmo de vida que levamos e passou a ser uma das consequências mais incômodas da atual pandemia. Mas como lidar com a fadiga?

O que é fadiga?

A fadiga é uma sensação subjetiva de cansaço com componentes comportamentais, emocionais e cognitivos, sendo um sintoma de várias doenças. Ela pode se traduzir numa experiência de cansaço e desgosto pelas atividades realizadas, a volta de vontade para continuar e o desgaste. É uma adaptação psicológica empreendida pelas pessoas para lidar com o risco do esforço exagerado ou exaustão. Alguns médicos utilizam os seguintes sinônimos para a fadiga: astenia, letargia, exaustão, sensação de fraqueza, cansaço extremo e falta de motivação desproporcional ao nível de atividade. Pode gerar dificuldade ou incapacidade de iniciar uma atividade (percepção de fraqueza generalizada), redução da capacidade em manter uma atividade (cansaço fácil) e dificuldade de concentração, problemas de memória e de estabilidade emocional.

A fadiga é um sintoma com alta prevalência nas mais diversas populações e seu prejuízo à qualidade de vida é uma das questões que mais chama a atenção das pesquisas em comorbidades, sendo uma queixa comum entre os pacientes clínicos.

Fadiga muscular

A fadiga também pode se manifestar como uma incapacidade de manter um nível de potência ou de força durante repetidas contrações musculares, uma espécie de diminuição da força da contração máxima sustentada e uma diminuição da disponibilidade de substratos energéticos para o músculo esquelético durante o exercício.

Dessa forma, ela tem início no córtex cerebral e pode se estender até as pontes cruzadas dos músculos, induzindo a redução no número de unidades motoras funcionais. Os mecanismos responsáveis pela fadiga podem ser centrais ou periféricos e são investigados

através de sensações cinestésicas (esforço e força) e por eletromiografia.

Fadiga no trabalho

A fadiga no trabalho pode causar diversos problemas ao ambiente laboral, tais como o comprometimento das habilidades do indivíduo e seu desempenho na função exercida. O turno de trabalho pode influenciar a presença de fadiga, sendo alguns estudos, e pôde-se observar diferentes níveis de fadiga entre trabalhadores de turnos diferentes, com horários quebrados e que atuam em turnos regulares.

A carga de trabalho e a percepção de estresse e acerca do ambiente de trabalho em si são os preditores da fadiga geral e exaustão emocional no ambiente de trabalho e pode resultar em ausência do trabalho, faltas, atrasos e outros.

A fadiga também pode ser um fator de risco para acidentes de trabalho, pois pode diminuir a habilidade para processar informações sobre diversas situações perigosas e pode diminuir a habilidade para responder adequadamente a tais situações, sendo essas razões suficientes para procurar intervenção psicológica. A busca por serviços de saúde é aumentada em pessoas com fadiga, que acabam desenvolvendo problemas somáticos, além dos psicológicos.

Fadiga e covid-19

A fadiga tem sido um dos mais inesperados e incômodos resultantes da pandemia do novo coronavírus. Um estudo feito em 2020 comprovou que metade das pessoas que haviam contraído covid-19 apresentavam sintomas de fadiga física severa até 10 semanas depois de receberem alta médica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que vivemos uma “fadiga pandêmica”, derivada do esgotamento gerado pela hipervigilância e pelo medo de contrair um vírus invisível, mas que todos sabemos que está presente. As pesquisas mostram indivíduos que declaram sofrer frequentemente com sintomas de nervosismo, ansiedade ou sensação de estar no limite. O crescimento da fadiga excessiva tem sido de mais de 50% comparado com os números anteriores à pandemia.

A vigilância excessiva gerada pelo medo de contrair o vírus estressa o sistema hormonal e endócrino de maneira contínua, tornando os indivíduos mais vulneráveis a transtornos como a ansiedade e a depressão, afetando suas vidas de forma biopsicossocial.

Embora a fadiga esteja muito presente em nosso dia a dia atual, existem algumas medidas que podemos tomar para minimizar seus efeitos em nossa saúde física e mental. Veja só:

Normalizar os sentimentos: é normal nos sentirmos tristes ou estressados e precisamos tornar isso algo natural, para que a culpa sentida por não estar bem seja minimizada.
Priorizar o bem estar: assim como nos cuidamos fisicamente para não contrair o vírus ou alguma doença, também precisamos dar um cuidado especial ao bem estar interior, a partir de coisas que apenas dependam de você e das suas possibilidades.
Cuidado físico: a fadiga pode se dar também por deficiências nutritivas que impedem o corpo de se regular saudavelmente, por isso, alguns alimentos melhoram a sensação de cansaço físico e mental.
Descanso mental: meios de aliviar a mente, desconectar-se de redes sociais, mídias e notícias pode ser benéfico para diminuir a ansiedade. Não é preciso negar a sua existência mas, apenas, colocar limites na sua utilização.
Alimentação regular: comer em horas regulares pode diminuir a sensação de cansaço e fadiga. Comer de 3 a 4 horas ao invés de uma refeição grande pode ser mais benéfico à sensação de fadiga.
Movimente-se: o exercício físico regular, mesmo que seja uma caminhada de 15 minutos, pode dar um aumento nos níveis de energia. Comece com pequenos passos e construa a sua rotina ao longo das semanas e dos meses até conseguir realizar atividades físicas pelo menos 3 vezes por semana.
Dormir bem: uma boa noite de sono pode ajudar a regular os hormônios e as funções do organismo. A recomendação é ir para cama e acordar nos mesmos horários todos os dias, tirando um tempo para relaxar antes de dormir, evitar cochilos durante o dia mesmo com o cansaço e dormir durante a noite.
Fazer terapia: uma das formas de aliviar o estresse da fadiga e adquirir maior qualidade de vida é fazer terapia, falar sobre as questões que geram fadiga e procurar em conjunto com um profissional habilitado uma forma de lidar com as dificuldades e desafios do dia a dia.
Cortar a cafeína: embora a cafeína dê uma sensação inicial de alerta, ela pode ter um efeito “rebote” em que logo após uma alta de energia o indivíduo experiencia uma “baixa” e um cansaço exacerbado.
Diminuir o álcool: alguns copos a menos de álcool, principalmente antes de dormir, podem evitar o cansaço do próximo dia.

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Referências:

BORGES, J.A. et al. Fadiga: um sintoma complexo e seu impacto no câncer e na insuficiência cardíaca. Int. J. Cardiovasc. Sci. 2018;31(4).

GOUVEIA, V.V. et al. Escala de avaliação da fadiga: adaptação para profissionais da saúde. Rev. Psicol. Organ. Trab. 2015;15(3).

MOTA, D.D.C.F. et al. Fadiga: uma análise do conceito. Acta paul. enferm. 2005;18(3).

Conheça mais:

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.

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