Como funcionam as grupoterapias?

25/08/2021 às 19:01 Dicas

Como funcionam as grupoterapias?

Cada vez mais abordagens terapêuticas são desenvolvidas para abarcar as demandas da sociedade atual e seus problemas de ordem biopsicossocial. Você conhece as grupoterapias? Então dá só uma olhada!

O que são grupoterapias?

Os grupos têm sido utilizados como meio terapêutico ao longo de toda a história. Os primeiros relatos do uso psicoterapêutico de grupos aparecem nos Estados Unidos, por médicos que utilizavam a psicoeducação com pacientes tuberculosos, esquizofrênicos e psicóticos.

As grupoterapias oferecem ao terapeuta, por meio da interação entre seus integrantes, um acesso privilegiado aos conflitos e relacionamentos (vínculos) que os pacientes estabelecem, de modo a intervir eficazmente em patologias existentes. Tais terapias podem ser utilizadas para fins terapêuticos em vários contextos e tem sido utilizado principalmente pela psiquiatria.

As abordagens das terapias de grupo podem variar e podem-se utilizar diversas abordagens teórico-técnicas como psicoeducacional, cognitivo-comportamental, interpessoal, gestáltica, de apoio, psicodramática, psicanalítica, psicodinâmica e psicanálise das configurações vinculares.

Tipos de grupoterapias

As grupoterapias são muito utilizadas para pacientes com câncer inicial e terminal, HIV/AIDS, obesidade, gestantes, pacientes com patologias crônicas como diabetes, hipertensão, e também grupos de autoajuda ou apoio mútuo tais como os Alcoólicos Anônimos, os Narcóticos Anônimos e os Vigilantes do Peso. Grupoterapias também podem ser utilizadas com pessoas que passaram por situações de risco como abusos, contato com agressores, estresse pós-traumático, e outros problemas de saúde mental.

Benefícios das grupoterapias

As intervenções de grupo ou grupoterapias propiciam o apoio mútuo e a troca de experiências, além de um ambiente para prática de novas habilidades sociais e para a discussão acerca de sua doença. Assim, o terapeuta funciona como um facilitador, encorajando o aprendizado, o apoio e as mudanças. As grupoterapias são orientadas para o treinamento de habilidades sociais e resolução de problemas, beneficiando pacientes portadores de esquizofrenia ou demência no atendimento ambulatorial, e sua efetividade pode ser aumentada com a realização de tarefas de casa.

A grupoterapia melhora a motivação para o tratamento, a capacidade de comunicação, a interação social, a capacidade de expressar emoções e a percepção do significado de palavras e ações, reforçando a rede de apoio e contribuindo para a sua manutenção.

Características das grupoterapias

As grupoterapias possuem algumas características, notadamente quanto ao comportamento dos membros do grupo, que podem se desenrolar ao longo das sessões. Dentre elas, temos:

  1. Um grupo não é a soma de seus membros, dessa forma, possui entidade, leis e cultura própria.
  2. Os grupos funcionam sempre em dois planos que se superpõem ou predominam de forma alternante. Um plano é o consciente e o outro são os fatores de interferência inconscientes, ou seja, desejos reprimidos, ansiedades e defesas que podem interferir ativamente na realização de uma tarefa proposta.
  3. O grupo está sempre em movimento, apoiado em duas forças opostas: uma tende à sua coesão e outra à sua desintegração.
  4. É inerente ao grupo a formação de um campo grupal dinâmico, com a presença de fantasias, desejos, expectativas, ansiedades, resistências, transferências, identificações, papéis e outros.
  5. Da mesma forma que um organismo busca o equilíbrio (homeostasia) entre as emoções, tentando mantê-las em níveis toleráveis, também surgem conflitos nos grupos expressos por reações como subgrupos, perda de coesão, saída de participantes, surgimento de “bodes expiatórios” ou mesmo a sua dissolução.
  6. A ressonância é a frequência de uma emoção comunicada ao grupo, a qual ressoa nos demais participantes, produzindo uma associação com o significado afetivo equivalente, mesmo que expresso de forma distinta.
  7. As pessoas desempenham papéis que são adotados temporária ou permanentemente.

Papéis realizados em grupo

Dentro da dinâmica grupal existe uma característica importante que é a adoção temporária ou permanentemente, pelos membros do grupo, a se comportarem como:

  • Bode expiatório: aquele que projeta sua agressividade (ou atribui culpa) a um indivíduo, por dificuldade de enfrentar a causa real desse sentimento.
  • Porta-voz: aquele que mostra o que pode estar presente no grupo de forma latente, seja um pensamento ou sentimento.
  • Sabotador: aquele que utiliza do recurso da resistência para tentar obstruir o andamento da tarefa grupal.
  • Vestal: aquele que assume a função de zelar pela “moral e os bons costumes”.
  • Atuador pelos demais: aquele que, delegado pelo grupo, toma atitudes proibidas.
  • Liderança: o líder ou coordenador do grupo que pode ser assumido espontaneamente por algum membro do grupo, pode ser um líder integrador e construtivo, ou negativo e obstrutivo.

Planejamento de uma grupoterapia

Para planejar o percurso de uma grupoterapia é preciso ter em mente quais os objetivos o terapeuta pretende alcançar, quem são os pacientes-alvo, quais técnicas serão utilizadas e o tempo estimado de tratamento. Além disso, precisa-se pensar em quem é o terapeuta e qual a sua formação, seus recursos e experiência ao trabalhar com grupos.

Um aspecto importante do planejamento é o fato de que os grupos podem ser abertos, nos quais os pacientes entram e saem sem tempo pré-determinado, teoricamente não tem fim e podem durar dez anos ou mais.

Outros pontos a serem considerados pelo terapeuta é para que serve o grupo, para quem e o grupo e como será feito o tratamento e por quem.

Grupoterapia versus terapia individual

Estudos mostram que o grupo é superior ao tratamento individual na prevenção de recaídas de pacientes com transtorno de uso de substâncias (álcool e drogas), para melhorar o apoio social, para diminuir o estigma de uma série de doenças, e para a aceitação do diagnóstico de doenças crônicas, bem como incentivar o engajamento ativo ao tratamento.

Contra-indicações para a grupoterapia

No que diz respeito às contra-indicações para a grupoterapia, estão pacientes que estão pouco motivados para um tratamento longo e difícil, excessivamente deprimides, paranóides ou narcisistas, forte tendência a actings de natureza maligna (pacientes psicopatas), com riscos agudos ao suicídio, com déficit intelectual ou elevada dificuldade de abstração, que estejam no auge de uma séria situação crítica, pertencem a uma categoria profissional ou política que representa sérios riscos para uma eventual quebra do sigilo grupal ou tenham uma história com várias terapias anteriores interrompidas (abandonadores compulsivos).

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Referência:

CORDIOLI, A.V. et al. Psicoterapias: abordagens atuais. Editora Artmed. 3ª edição. 2008.


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 10 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 15 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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