A pandemia do novo coronavírus demandou uma série de adaptações, inclusive no ensino e na educação, que passou a ser realizada à distância ou em modalidade parcial. Mas será que o ensino à distância funciona?
Pandemia
O covid-19 é uma doença infecciosa detectada pela primeira vez na China, em dezembro de 2019. Devido à sua rápida propagação, foi considerado uma emergência de saúde pública. Dentre as medidas necessárias que foram tomadas para a prevenção e diminuição da propagação, o isolamento social e a quarentena, além do lockdown foram e continuam sendo as estratégias mais eficazes.
As rotinas cotidianas foram mudadas em todo o mundo visando evitar a propagação da doença, e ainda são recomendadas.
Segundo alguns autores, a educação é sempre um dos primeiros setores a serem impactados em momentos de crise, principalmente durante pandemias, epidemias ou surtos de grande intensidade e abrangência.
Isolamento social
O isolamento ou distanciamento social consiste na diminuição de interação entre pessoas de uma comunidade para diminuir a velocidade de transmissão do vírus. É uma estratégia importante tanto para pessoas infectadas, assintomáticas, quanto para a prevenção de indivíduos saudáveis.
O isolamento social implicou na suspensão das atividades presenciais não essenciais, tais como aulas teóricas e práticas nas escolas e instituições de ensino, regulamentada pela Portaria nº 343/2020, que prevê que as atividades sejam feitas por meio de tecnologias específicas.
A duração prolongada do confinamento, a falta de contato com os colegas de classe, o medo de ser infectado e a falta de espaço e infraestrutura em casa, a falta de merenda para alunos menos privilegiados, todos são fatores de estresse que prejudicam a saúde mental de boa parte dos estudantes da educação básica e suas famílias.
Fechamento das escolas
A interrupção das aulas presenciais e a necessidade de dar continuidade às disciplinas programadas demandaram a utilização imediata de novas formas de ensino, especialmente utilizando ferramentas digitais online, as chamadas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC). As tecnologias de informação e comunicação na educação à distância se transformam e evoluem em correspondências, apostilas, conteúdo por rádio e televisão, e-learning, atividades online e conteúdos de interação digital individualizados.
A crise causada pelo coronavírus resultou no encerramento de aulas em escolas e universidades, afetando mais de 90% dos estudantes do mundo, segundo a UNESCO.
O que é a educação virtual?
A educação virtual ou ensino remoto é uma modalidade de ensino que pressupõe o distanciamento geográfico entre professores e alunos e foi adotada de forma temporária nos diversos níveis de educação por instituições do mundo inteiro para que as aulas não fossem totalmente interrompidas durante o ano letivo. O ensino presencial se transpôs para o ensino à distância. As aulas passaram a ocorrer em tempo síncrono ou assíncrono, com videoaulas, aula expositiva por meio de webconferências e ambientes virtuais de aprendizagem. A presença física do professor é transformada na presença digital em uma aula online, no qual projeta sua presença por meio da tecnologia.
Educação híbrida
Após a vacinação dos professores, algumas escolas já tem feito tentativas híbridas de ensino, com algumas atividades sendo realizadas em sala de aula, como provas, e deixando a escolha dos pais de enviarem ou não os filhos para a escola.
Queda na aprendizagem
A queda inevitável na aprendizagem poderá se alastrar por mais de uma década, segundo estudos, se não forem criadas políticas públicas para investimentos em educação, envolvendo melhorias na infraestrutura, reforço da merenda, melhor aproveitamento do tempo, tutoria fora do horário usual das aulas e material adicional quando possível. Aqui no Brasil, o Ministério da Educação lançou um parecer no qual procurou reorganizar as atividades acadêmicas e sinalizou as aulas aos sábados, em horários de contraturno e durante as férias, para que os alunos não percam o ano letivo.
Impacto social da educação virtual
A educação à distância não pode ser a única solução, pois tende a exacerbar as desigualdades já existentes, que são parcialmente niveladas no ambiente escolar, porque nem todos possuem os equipamentos necessários. Muitos estudantes e professores moram em locais de periferia ou zona rural, faltam computadores, aparelhos de telefonia móvel, softwares e internet de boa qualidade para esses indivíduos, dificultando o acesso à educação a distância.
Os impactos do fechamento de escolas e do ensino à distância foi além dos muros da escola e repercutiu em seu contexto social, tanto de alunos quanto de professores. Como consequências e dificuldades trazidas pelo fechamento das escolas, podemos citar:
- A interrupção do aprendizado;
- Alimentação escolar;
- Adaptação dos professores à nova realidade tecnológica;
- Dificuldades dos pais para auxiliar no ensino remoto;
- Lacunas de assistência às crianças;
- Aumento da taxa de evasão escolar;
- Isolamento social das crianças;
- Desafios de validar e medir o aprendizado;
- Estresse coletivo.
Intervenções possíveis
Algumas intervenções podem ser utilizadas durante a interrupção das aulas presenciais, tais como:
- Assegurar o acesso de todos os estudantes às atividades de ensino remoto propostas;
- Manter canais de comunicação abertos com os estudantes e as famílias para obtenção de feedbacks sobre a atuação da escola e identificação de pontos de aprimoramento;
- Envolver os pais no engajamento dos filhos nos estudos. Eles são parceiros fundamentais nesse momento;
- Desenvolver, na medida do possível, uma forma de checagem diária com cada aluno,
- dando especial atenção aos mais vulneráveis.
A educação é muito importante, mas não depende apenas dos professores. É preciso que todos trabalhemos juntos e apoiemos políticas públicas e práticas como a equipe multiprofissional que favoreçam a educação, principalmente nesse momento tão difícil.
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Referências:
DIAS, E. & PINTO, F.C.F. A educação e a Covid-19. Aval. pol. públ. educ. 2020;28(108).
JUNIOR, J.F.S. & MORAES, C.C.P. A COVID-19 e os reflexos sociais do fechamento das escolas. Dialogia. 2020;36.
SILVA, C.M. et al. Pandemia da COVID-19, ensino emergencial a distância e Nursing Now: desafios à formação em enfermagem. Rev Gaúcha Enferm. 2021;42.
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